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    Petróleo fecha em queda de mais de 1%, com perdas após Fed e preocupações com oferta

    WTI para julho fechou em queda de 1,66% (US$ 1,15), a US$ 68,27 por barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex)

    Laís Adriana*, do Estadão Conteúdo

    O petróleo fechou em queda de mais de 1%, acentuando perdas após o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) manter taxas juros, porém sinalizar possibilidade de mais aperto monetário nas próximas decisões de política monetária. Desde mais cedo, entretanto, os contratos mais líquidos já eram pressionados por preocupações com a oferta global do óleo.

    O WTI para julho fechou em queda de 1,66% (US$ 1,15), a US$ 68,27 por barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para agosto recuou 1,47% (US$ 1,09), a US$ 73,20 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

    Os contratos mais líquidos do petróleo tiveram pregão marcado por alta volatilidade, intensificando queda na reta final após decisão do Fed. O BC americano manteve as taxas de juros em 5,00% a 5,25%, contudo, deixou em aberto a possibilidade de voltar a apertar a política monetária em julho ou outras decisões futuras.

    Em gráfico de pontos, divulgado junto com a decisão, nove dirigentes do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) esperam que a faixa de juros esteja entre 5,50% a 5,75% ao fim de 2023.

    Embora tenha começado a manhã com ganhos, a commodity reduziu alta na esteira da divulgação do relatório mensal e semestral da Agência Internacional de Energia (AIE). A instituição projeta que a demanda pelo óleo deve desacelerar nos próximos cinco anos e atingir o pico antes do fim da década, com o aumento no uso de veículos elétricos e migração para energia limpa.

    Horas depois, os preços do petróleo se recuperaram e ganharam força, frente à queda na taxa mensal da inflação ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos EUA.

    Segundo a Pantheon, o PPI mais fraco “inevitavelmente” se traduzirá em pressão de baixa para a inflação ao consumidor dos EUA, o que ampliou expectativas por pausa no aperto monetário do Fed nesta tarde e enfraqueceu o dólar no exterior, beneficiando a atratividade de commodities.

    Porém, a divulgação do relatório semanal do Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) dos EUA voltou a pressionar a commodity para baixo, após informar alta robusta nos estoques de petróleo, gasolina e destilados.

    De acordo com a Kpler, o aumento era “inevitável” devido a forte taxa de utilização das refinarias, porém, os ajustes nas estimativas do DoE de oferta e novas retiradas das Reservas Estratégicas de Petróleo (SPR, na sigla em inglês) contribuíram para o aumento intenso dos estoques.

    Ainda no radar sobre oferta, duas fontes informaram à Reuters que conversas entre os governos do Iraque e da Turquia para possível retomada das exportações no oleoduto de Ceyhan devem acontecer neste final de semana ou no início da próxima semana.

    A retomada das exportações poderia implicar no aumento da oferta global do petróleo, em momento marcado por incertezas de demanda com a desaceleração das principais economias.

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