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    Petrobras teria sinalizado ao governo que aguardaria votação do ICMS antes de reajustes

    Reunião realizada no Palácio do Planalto teve ainda debate sobre desabastecimento de diesel e sugestão de cessão de áreas de exploração de petróleo para represar aumento

    Pedro Duranda CNN no Rio de Janeiro

    Uma comitiva da Petrobras se encontrou com integrantes do governo federal no início da noite da última segunda-feira (13) no Palácio do Planalto.

    A reunião, que segundo fontes da CNN foi comandada pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), tinha como objetivo tentar frear o reajuste iminente nos valores do diesel e da gasolina, que acumulam semanas de defasagem em relação ao mercado internacional.

    Ainda de acordo com as fontes ouvidas pela CNN, representando o governo, além de Nogueira, estavam na mesa o número dois da Casa Civil, Jonathas Assunção e o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida.

    Pela Petrobras foram o presidente, José Mauro Coelho, o presidente do Conselho de Administração, Márcio Weber, o diretor de Comercialização e Logística da Petrobras, Cláudio Mastella, e um gerente da estatal.

    Fontes ouvidas pela CNN revelaram também que o apelo do governo teria sido para que a Petrobras esperasse a aprovação das mudanças no ICMS pelo Congresso Nacional para só depois aumentar diesel e gasolina, como um gesto de ‘boa fé’ para não atrapalhar a tramitação do Projeto de Lei Complementar n° 18.

    Os representantes da Petrobras não teriam se comprometido com o pedido do governo, mas também não refutaram a ideia e sinalizaram que tomariam uma decisão responsável.

    Durante a reunião, uma das ideias que teriam surgido foi entregar à Petrobras áreas de exploração de petróleo, por meio da PPSA – a estatal que controla o ‘mapa’ do petróleo – como ‘compensação’ pela demora no reajuste. A ideia, no entanto, foi descartada.

    Em outro momento do encontro, Sachsida teria demonstrado a relação entre oferta e demanda que justificaria a tese do governo de que não há risco de faltar diesel no Brasil no segundo semestre.

    A aprovação do PLP 18 nesta quarta-feira (15) abre espaço, portanto, para o reajuste que o mercado vem esperando desde a última sexta-feira (10). Falta apenas a sanção do presidente Jair Bolsonaro (PL), o que deve acontecer nos próximos dias.

    O diesel tem hoje defasagem de R$1,08 por litro (18% mais barato para venda interna do que para importação). Já a gasolina está defasada em 67 centavos por litro (14%). Os números são da Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom).

    Se aplicado tal qual foi aprovado, o projeto deve impactar em um desconto médio de 82 centavos por litro de diesel e de 52 centavos no preço da gasolina.

    Os valores apontados no portal de cálculo de preços da Petrobras são menores do que a defasagem aferida pela Abicom, mas os reajustes da Petrobras não costumam cobrir toda a diferença. Ou seja, na prática, o aumento iminente deve neutralizar o desconto do projeto de lei.

    A leitura interna da cúpula da Petrobras é de que o PLP 18 é muito bem-vindo, porque desafoga o consumidor e amortiza parte do impacto das oscilações do mercado externo no valor cobrado pelos combustíveis.

    Procurada pela CNN, a Petrobras disse que não comentaria o assunto. Os ministérios de Minas e Energia e Casa Civil não responderam os questionamentos da reportagem.

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