Petrobras prevê operação de eólicas offshore no Brasil só daqui a 10 anos, diz gerente
Projetos-piloto devem ser desenvolvidos nos próximos anos
A Petrobras avalia que os primeiros projetos de energia eólica offshore do Brasil só devem iniciar operações daqui a no mínimo 10 anos, disse nesta quinta-feira (21) o gerente executivo de gestão integrada de transição energética da estatal, Cristiano Levone.
“Estamos para colocar daqui a 10, 15 anos. Se não fizer nada agora, perdemos tempo”, afirmou o executivo, durante evento da Associação Brasileira de Consultores de Engenharia.
Ele disse ainda que os estudos da Petrobras para projetos de eólica offshore seguem a todo vapor, sendo que dois projetos-piloto devem ser desenvolvidos nos próximos anos no litoral do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Norte.
A companhia anunciou no ano passado sua intenção de desenvolver uma carteira de 30 gigawatts (GW) em eólica offshore no Brasil, como parte de seus compromissos para atuar em negócios de baixo carbono em meio à transição energética.
Levone acredita que grandes projetos e oportunidades para a tecnologia de geração no mar estarão mais perto da costa, a uma distância de até 50 km do litoral.
“Perto da costa temos quase a mesma quantidade de vento do alto mar, porém com lâmina d’água de uns 30 metros o que facilita a ancoragem e os custos se tornam menores. O escoamento da energia será bem mais barato. No alto mar, pode comprometer a rentabilidade do negócio.”
O executivo reafirmou ainda os planos da Petrobras de dobrar até 2028 sua capacidade de geração de energia, para 10 GW, por meio do crescimento das fontes solar e eólica em terra.
A estatal, de acordo com o executivo, tem conversado com dezenas de empresas que podem gerar oportunidades em projetos novos (“greenfield”) ou empreendimentos já em operação (“brownfield”).
“Estamos estudando oportunidades que estão disponíveis no mercado atual, mas ainda estamos longe de fechar uma aquisição”, adicionou.