Pequenas empresas dos EUA se preocupam com inflação e negócios, diz pesquisa
Interrupções na cadeia de suprimentos e escassez de mão de obra continuarão a limitar a capacidade de atender a demanda
Um número maior de pequenas empresas está preocupado com a inflação e as condições futuras dos negócios, de acordo com uma pesquisa divulgada nesta terça-feira pela Federação Nacional de Empresas Independentes.
Se ainda mais empresários ficarem preocupados com a inflação nos próximos meses, isso pode ser um problema para o Federal Reserve – que tenta conter a inflação, a qual continua bem acima da meta de 2% do banco central, embora os aumentos de preços tenham diminuído no ano passado.
O Fed acompanha de perto as expectativas de inflação para saber se os consumidores americanos se acostumaram ou não a um determinado nível desse índice.
Caso tenham se acostumado a um nível mais alto, pode ser extremamente difícil derrubá-lo, corroendo os padrões de vida dos americanos.
As autoridades analisam uma ampla gama de pesquisas de sentimento para fazer a determinação, como outra recente que mostrou que as expectativas de inflação de curto prazo dos consumidores caíram em maio para o nível mais baixo em dois anos.
“No geral, os proprietários de pequenas empresas estão expressando preocupação com as condições futuras dos negócios”, disse Bill Dunkelberg, economista-chefe do NFIB, em um comunicado.
“As interrupções na cadeia de suprimentos e a escassez de mão de obra continuarão a limitar a capacidade de muitas pequenas empresas de atender a demanda por seus produtos e serviços, embora menos severas do que na experiência do ano passado.”
A pesquisa mostrou que o otimismo geral das pequenas empresas melhorou em maio, embora tenha permanecido abaixo da média histórica pelo 17º mês consecutivo.
A parcela de proprietários dessas companhias que espera melhores condições de negócios no futuro caiu em maio, enquanto a parcela que relatou que a inflação “era o problema mais importante na operação de seus negócios”, aumentou.
A inflação desacelerou de seu pico de 40 anos há um ano para 4,9% nos 12 meses encerrados em abril.
O Bureau of Labor Statistics divulga seu Índice de Preços ao Consumidor de maio na terça-feira. O medidor de inflação preferido do Fed também mostrou que o índice esfriou nos últimos meses, embora sua leitura para abril tenha mostrado um aumento surpreendente.
O Fed aumentou as taxas de juros 10 vezes desde março de 2022 e conseguiu reduzir a inflação até agora sem colocar o mercado de trabalho em uma condição complicada.
Os empregadores ainda estão contratando, e a pesquisa de maio do NFIB mostrou que 44% dos proprietários “relataram vagas de trabalho difíceis de preencher, uma queda de um ponto em relação a abril e permanecendo historicamente muito altas”.
Outros estudos mostraram a mesma coisa.
“Um fabricante têxtil estava lutando para contratar a ‘próxima geração’ de trabalhadores para substituir os que se aposentam, já que a idade média das novas contratações é de 50 anos”, disse o mais recente Livro Bege do Fed, que é uma compilação de respostas de pesquisas de empresas em todo o país.
O estudo de maio do NFIB provavelmente não levantará dúvidas no Comitê Federal de Mercado Aberto, que é o grupo do Fed que define a política monetária.
As autoridades estão confiantes de que as expectativas de inflação permanecem sob controle. O Fed anuncia sua próxima mudança na taxa de juros na quarta-feira.
“Apesar da inflação elevada, as expectativas desse índice no longo prazo parecem permanecer bem ancoradas, conforme refletido em uma ampla gama de pesquisas de famílias, empresas e analistas, bem como medidas dos mercados financeiros”, disse o presidente do Fed, Jerome Powell, em entrevista coletiva após as autoridades votarem para aumentar a taxa básica de juros em um quarto de ponto no mês passado.