Por retomada, pedidos de falência têm queda de 12,6% em julho
Dados obtidos com exclusividade pela CNN mostram recuo, que veio após uma alta na casa dos 30% ao mês entre maio e junho
Depois de registrar alta na casa dos 30% ao mês entre maio e junho, os pedidos de falência de empresas tiveram queda de 12,6% em julho, segundo dados exclusivos obtidos pela CNN. O acompanhamento feito pela Boa Vista mostra que os pedidos de recuperação judicial (RJ) também tiveram queda no mês passado, ainda mais forte, de 37,6%.
As falências decretadas continuaram a subir em julho, 16,8%, como resposta ao movimento registrado nos meses anteriores. No caso do deferimento das RJ, houve recuo de 37,9%. O quadro reflete a fragilidade financeira das empresas e a dificuldade para manter os negócios funcionando.
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No acumulado em 12 meses, os pedidos de recuperação judicial apresentaram alta de 31,4%, assim como as recuperações judiciais deferidas (30,1%). No mesmo sentido, os pedidos de falência subiram 28,3%. Já as falências decretadas recuaram 0,9%, mantida a base de comparação.
O setor de serviços é o mais atingido pela crise, segundo levantamento feito pelo Boa Vista. No segundo trimestre, o setor respondeu por 40% dos pedidos e 45% dos decretos de falência. Indústria e comércio apresentam o mesmo nível, com cerca de 30% dos registros cada um.
“A perspectiva é de melhora porque a atividade está voltando e isso traz receita para as empresas, o que reduz a possibilidade de pedidos de falência e também de recuperação judicial. Apesar da redução em julho, os pedidos em 12 meses ainda estão muito altos. Mesmo com a melhora esperada a partir de agora, devemos fechar o ano com um quadro parecido com o que aconteceu na recessão entre 2015 e 2016, com alta entre 10% e 15%”, disse Flavio Calife, economista-chefe da Boa Vista.
O pedido de falência é feito pelo credor, que pode ser um banco ou um fornecedor que não recebeu o pagamento. A recuperação judicial é uma demanda do próprio empresário que tenta se antecipar aos problemas de caixa, ganhar tempo e renegociar com seus credores para continuar funcionando.
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