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    Pedido de supermercados para vender remédio provoca briga com farmácias

    Setores debatem impactos da proposta para preços e saúde da população

    Danilo Moliternoda CNN

    O pedido do setor de supermercados ao governo para ter autorização de vender medicamentos desencadeou troca de argumentos com o segmento de farmácias. O pedido diz respeito somente a remédios sem necessidade de prescrição.

    Após a demanda dos supermercados ganhar repercussão, a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) repudiou a ideia. A possibilidade é estudada pela gestão federal em pacote para reduzir preços.

    O setor indicou que os medicamentos sem prescrição representam 30% de suas vendas — e que por isso o impacto da possibilidade seria “desastroso” para as farmácias. Afirma ainda que, ao prejudicar o segmento, a novidade poderia provocar “efeito rebote”, com alta nos preços.

     

    O principal argumento das farmácias, contudo, é de que, apesar de não exigir receita, estes medicamentos contém riscos e exigem indicação específica. Segundo a associação, os clientes esclarecem dúvidas junto a farmacêuticos em 68% das vezes em que compra estes remédios.

    Em resposta à Abrafarma, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) incluiu em sua proposta a necessidade de contratação de farmacêuticos. “Vão esclarecer dúvidas dos consumidores, seguindo o formato utilizado pelas farmácias nas vendas online”, indicou.

    Preços mais baixos?

    Entre seus argumentos, a Abras menciona um estudo da Nielsen sobre inflação. Segundo a pesquisa, durante o período em que supermercados foram autorizados a vender remédio sem prescrição, os preços foram reduzidos em 35%.

    A Abrafarma chamou esta menção de “falaciosa”. A associação disse que monitora cerca de mil itens comuns entre os segmentos, e que em 50% das vezes os supermercados vendem mercadorias mais caras. “Por que não vendem mais barato itens como fraudas, cotonetes e outros?”, questiona.

    Risco à saúde?

    No final de 2024, a Anvisa emitiu nota em que criticava a possibilidade. Segundo a Agência, a venda de medicamentos em supermercados “levanta preocupações quanto às condições sanitárias para sua comercialização”. “Medicamentos exigem controle sanitário rigoroso em todo o seu ciclo, da produção ao consumo”, escreveu.

    Ex-presidentes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Gonzalo Vecina e Claudio Maierovitch criticaram, em entrevistas à CNN, a possibilidade de venda de medicamentos em supermercados.

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