País precisa de gasto social e do mercado apostando na economia, diz economista

Para garantir um crescimento sólido e consistente ao longo dos anos, o  presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) precisa combinar da forma mais harmoniosa possível seus planos de aumentar gastos sociais com a confiança do mercado financeiro, na opinião de Juliana Inhasz, coordenadora da graduação em Economia do Insper.

“A gente precisa crescer e, para isso, temos que ter não só o gasto social, mas também o mercado apostando na economia. É um imenso desafio pro lula”, disse a economista nesta terça-feira (15) em entrevista à CNN.

Agentes do mercado financeiro têm manifestado preocupações com a falta de definição no plano do governo eleito para acomodar uma série de gastos fora do teto constitucional que limita a evolução das despesas.

“A PEC de Transição já é uma realidade, as pessoas entendem que ela é necessária, especialmente porque o governo eleito deixou claro durante a campanha a necessidade evidente de acomodar mais gastos no orçamento, especialmente no começo do mandado. A grande pergunta é de onde vai sair o dinheiro, porque isso não é trivial”, diz.

A economista explica que faltam sinais mais claros de que esse plano de alta dos gastos pode encontrar à frente algum equilíbrio fiscal, sobretudo no que diz respeito à dívida pública, grande ponto de preocupação para o mercado.

“Um nome forte para Ministérios importantes, como Casa Civil e Fazenda, acalmariam esse mercado. É importante que a gente tenha nomes que passem credibilidade, para que esse mercado consiga entender que está dando um cheque em branco para o novo governo, mas com a certeza de que será bem utilizado”, diz.

“O Lula tem um desafio grande pela frente, não só nesse período de transição, mas no começo do mandato, que é conseguir passar as rédeas nesse mercado e evitar empecilho para a governabilidade dele, especialmente nos primeiros meses”.

Veja a entrevista completa acima.

*Produzido por Elis Franco, da CNN / publicado por Ligia Tuon