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    OPEP+ prolonga corte na produção de petróleo até 2025

    Medida visa manter preço mais elevado para conter impacto da produção recorde dos EUA

    Anna Coobanda CNN

    A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e os seus aliados (OPEP+) concordaram neste domingo (2) em prolongar um corte voluntário na produção de petróleo bruto até 2025. A determinação é que sejam produzidos 2,2 milhões de barris a menos por dia.

    Os cortes, acertados pela primeira vez em dezembro, expirariam no final deste mês.

    A redução veio após cortes previamente anunciados de 3,66 milhões de barris a menos por dia em 2022 e 2023, enquanto o grupo – liderado pela Arábia Saudita e pela Rússia – tentava conter a desaceleração da demanda e o aumento da produção dos Estados Unidos.

    O grupo também divulgou seus requisitos de produção para 2025 para países membros e não-membros, que eram essencialmente os mesmos deste ano.

    A cota de produção dos Emirados Árabes Unidos aumentou em 300 mil barris por dia. O aumento “será gradual” de janeiro a setembro de 2025, disse o grupo.

    Apesar dos cortes da OPEP+, equivalentes a cerca de 5,7% da oferta mundial de petróleo, e das tensões contínuas no Oriente Médio, os preços globais do petróleo caíram cerca de 10% desde que atingiram a máxima em cinco meses no início de abril.

    O preço do petróleo Brent, referência global do petróleo, foi negociado a US$ 82 o barril na sexta-feira (31), abaixo dos US$ 91 do início de abril, quando um ataque aéreo israelense à embaixada do Irã na Síria causou nervosismo nos mercados petrolíferos.

    O preço do petróleo bruto West Texas Intermediate, referência nos EUA, caiu de quase US$ 87 por barril para US$ 78.

    A Arábia Saudita precisa que o petróleo Brent seja negociado a cerca de US$ 81 por barril, a fim de equilibrar o seu orçamento, de acordo com o Fundo Monetário Internacional.

    Os preços moderados foram, em parte, resultado da produção recorde de petróleo dos EUA, que aumentou a oferta global, e das preocupações com a fraca procura na China – o maior importador mundial de petróleo – e em outras grandes economias.

    No seu relatório mensal mais recente, a Agência Internacional de Energia reduziu a sua previsão para o crescimento da procura mundial de petróleo este ano em 140.000 barris por dia, para 1,1 milhões de barris por dia, citando a fraca procura nas economias desenvolvidas, particularmente na Europa.

    Apesar da previsão de crescimento mais fraco, poderá ocorrer uma crise na oferta.

    A AIE espera que a oferta global aumente apenas 580 mil barris por dia este ano. Em março, a agência com sede em Paris disse que esperava que houvesse um déficit na oferta em 2024 se a OPEP+ prolongasse os seus cortes na produção durante o resto do ano.

    A decisão da OPEP+ de domingo coincide com a venda de mais algumas ações da petrolífera Aramco pela Arábia Saudita.

    O governo está vendendo menos de 1% da empresa cotada em Riade, num negócio que poderá angariar US$ 13 bilhões para projetos de diversificação econômica, da chamada Agenda 2030.

    *Com informações de Eva Rothenberg, da CNN Internacional

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