ONS prevê recuo nos reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste em setembro
Apesar de esperar por aumento de chuvas na região, níveis dos reservatórios devem ficar abaixo de 15%
O último informe do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) prevê queda no armazenamento do principal subsistema de reservatórios do país.
De acordo com o documento divulgado nesta sexta-feira (10), a previsão é que os níveis de armazenamento do subsistema da região Sudeste/Centro-Oeste (SE/CO) cheguem a uma média de 14,9% até o fim de setembro.
Comparado ao boletim divulgado na semana anterior, o recuo é de 0,3%, quando a expectativa era fechar o mês com 15,2% de armazenamento.
Os números negativos vêm apesar de o ONS projetar um aumento de chuvas na região, e de ter elevado a previsão de reserva hídrica do Sistema Integrado Nacional (SIN), que incorpora os quatro subsistemas energéticos do país. Na média geral, deve ocorrer um avanço de 0,4% de água armazenada nos reservatórios.
Entretanto, apesar do avanço na média geral, as estimativas de reserva hídrica – 11 a 17 de setembro – das regiões SE/CO e Sul recuaram. Para o mês de setembro, a expectativa é de decréscimos de 1,2% e 0,4% para os subsistemas, respectivamente.
Para os subsistemas Nordeste e Norte são esperadas taxas de crescimento de 4,6% e 5,1%, quando comparados ao mesmo período do ano anterior.
O Brasil enfrenta a pior crise hídrica nas bacias hidrográficas em 91 anos. Por conta disso, alguns reservatórios já chegam ao nível mínimo para a geração de energia elétrica, como a hidrelétrica de Furnas, que tem situação crítica e registra apenas 15,8% do volume total.
O reservatório de Furnas é responsável pelo abastecimento de 17,2% de toda a população das regiões Sudeste e Centro-Oeste, que concentram 70% da carga energética do Brasil.
Na tarde desta sexta-feira, o Operador Nacional do Sistema Elétrico informou que, apesar do baixo percentual, o volume está dentro do suficiente para manter a operação, mas que requer atenção. A nota diz ainda que o SIN já operou anteriormente com volumes até abaixo dos 10%.
“A operação de usinas hidrelétricas com nível de armazenamento em torno de 10% é tecnicamente viável, havendo registro de situações no SIN em que se operou com volumes armazenados inferiores a esse valor. Neste sentido, caso os reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste cheguem ao nível de 10% da sua capacidade de armazenamento, isso não compromete a governabilidade hidráulica das bacias que compõem o SIN. Observa-se, no entanto, que a operação com valores muito baixos de armazenamento, inferiores a 10%, sempre requer atenção, tendo em vista as solicitações mecânicas a que a máquina é submetida”, diz a nota da ONS.