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    Ômicron pode colocar freio na recuperação econômica dos Estados Unidos

    Geração de novos postos de trabalho pode ser "extraordinariamente baixa" por causa da variante, disse um assessor da Casa Branca.

    Anneken Tappedo CNN Business* , em Nova York

    A variante Ômicron colocou uma enorme lombada no caminho para a recuperação econômica dos Estados Unidos. Os primeiros sinais de problemas podem aparecer no relatório de empregos de janeiro na próxima sexta-feira (4).

    Na última segunda-feira (31), a Casa Branca preparou os americanos para uma decepção: Jared Bernstein, membro do Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca, disse à CNN que o número de empregos adicionados no início de 2022 pode ser “extraordinariamente baixo” por causa da Ômicron.

    A variante altamente infecciosa levou milhões de trabalhadores a tirarem licença-médica, ou, em alguns casos, a trabalharem doentes, nas últimas semanas.

    Economistas consultados pela Refinitiv preveem que 150.000 empregos foram criados em janeiro. Isso o tornaria o pior relatório desde dezembro de 2020, quando a crise econômica e o aumento de infecções por Covid-19 ceifaram empregos.

    Mas um olhar mais atento à previsão mostra que muitos analistas já antecipam perdas de empregos: Goldman Sachs espera uma queda de 250.000, enquanto a consultoria de pesquisa Capital Economics e Jefferies prevê uma perda de 200.000 posições.

    Na quarta-feira, o ADP Employment Report, que acompanha as folhas de pagamento privadas, mostrou uma queda inesperada de 301.000 empregos no mês passado. Embora os relatórios da ADP e do governo não estejam correlacionados, isso está aumentando a preocupação sobre como será a contagem de sexta-feira.

    Os dados publicados nesta quinta mostraram uma pequena melhora nos pedidos de auxílio-desemprego na última semana completa de janeiro. As reivindicações também foram menores do que os economistas haviam previsto: os pedidos de seguro-desemprego ficaram em 238.000, ajustados para variações sazonais.

    O número de americanos solicitando benefícios por pelo menos duas semanas consecutivas caiu para 1,6 milhão na semana encerrada em 22 de janeiro, informou o Departamento do Trabalho.

    O mau momento da Ômicron

    A onda Ômicron começou em dezembro. Mas as consequências completas provavelmente se tornarão visíveis nos dados econômicos do início de 2022.

    O relatório de empregos de dezembro mostrou que a economia dos EUA adicionou 199.000 empregos, mas isso foi baseado em pesquisas realizadas antes da onda Ômicron ganhar ritmo. É por isso que os economistas preveem que janeiro será pior.

    “Acontece que o pico de casos da Ômicron coincidiu com quando os dados de janeiro da pesquisa da folha de pagamento estavam sendo coletados, e se o trabalhador não estava no trabalho ou se estava de licença não-remunerada, não é contado como estando no folha de pagamento”, disse Bernstein à CNN em entrevista na segunda-feira.

    Esses números incluem trabalhadores que adoeceram, mas também aqueles que tiveram que ficar em casa para cuidar de parentes doentes ou crianças em casa depois da escola.

    Quase 9 milhões de trabalhadores americanos disseram que não estavam trabalhando por causa do vírus – porque estavam doentes ou porque cuidavam de alguém em sua casa – de acordo com a mais recente Pesquisa de Pulso Doméstico do Censo dos EUA, realizada entre 29 de dezembro e 10 de janeiro.

    A boa notícia: as taxas Ômicron estão caindo rapidamente e a economia deve se recuperar na mesma toada. A breve queda do inverno passado e o aumento da Delta no verão não impediram um ano de crescimento recorde de empregos em 2021.

    Mesmo assim, o impacto da variante permeará os relatórios econômicos ao longo do início de 2022. Na semana passada, o Bank of America (BAC) alertou para um risco significativo de que o PIB dos Estados Unidos encolherá no primeiro trimestre por causa da Ômicron.

    O Goldman Sachs ecoou esse sentimento esta semana, prevendo uma desaceleração abrupta do crescimento e dos gastos do consumidor.

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