Odebrecht coloca à venda sua joia da coroa, a petroquímica Braskem
Uma das maiores petroquímicas do mundo tem valor de mercado estimado em R$ 19 bilhões; Odebrecht detém o controle da empresa
Em processo de recuperação judicial, a Odebrecht iniciou atos preparatórios para estruturar um processo de venda da totalidade de sua participação na Braskem, empresa da qual é controladora.
A informação foi dada pela Braskem, maior empresa brasileira no setor de petroquímica, em um comunicado enviado ao mercado na noite de sexta-feira (7).
A companhia encerrou a sexta-feira (7) com valor de mercado aproximado de R$ 19 bilhões. As suas ações preferenciais negociadas na B3 (a bolsa brasileira) acumulam queda de 22% em 2020.
O dinheiro obtido com a venda da Brasken, caso a operação seja bem-sucedida, deve ser utilizado em parte para pagar credores da Odebrecht. A dívida estimada da empreiteira é de cerca de R$ 100 bilhões, mas a companhia se comprometeu a pagar R$ 54 bilhões em 30 anos.
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A Odebrecht, que já foi o maior grupo brasileiro na área de construção civil, detém 38,3% do capital total da Braskem e o equivalente a 50,1% do capital votante.
O segundo maior acionista é a Petrobras: 36,1% do capital total e 47% do capital com direito a voto. A petrolífera estatal já manifestou intenção de se desfazer da sua participação na petroquímica.
“A Braskem S.A. (…) vem comunicar aos seus acionistas e ao mercado em geral que recebeu, nesta data, correspondência enviada por sua acionista controladora, Odebrecht S.A (“ODB”), informando que, em cumprimento a compromissos assumidos com credores concursais e extraconcursais, a ODB deu início aos atos preparatórios para estruturar um processo de alienação privada de até a totalidade da participação de sua titularidade na companhia”, disse a Braskem no comunicado.
Segundo o comunicado, a Odebrecht adotará “as providências necessárias para organizar um processo dessa natureza, com o apoio de assessores legais e financeiros”.
A Braskem chegou a ser alvo de negociação com a petroquímica americana LyondellBasell há um ano, mas o negócio não avançou. À época, a Braskem foi avaliada em mais de R$ 30 bilhões, mas havia incertezas como o passivo relacionado ao afundamento de bairros em Alagoas, que obrigou a empresa a provisionar R$ 4,6 bilhões para a realocação da famílias e o pagamento de indenizações.
(Com Reuters)
(Edição: Marcelo Sakate)