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    “O Brasil voltou a ser sinônimo de sustentabilidade”, diz presidente da APEX em evento sobre transição energética

    ‘Questões como a "descarbonização" da indústria também foram debatidas durante encontro de lideranças’

    Thiago Félixda CNN , Rio de Janeiro

    Durante encontro de lideranças do setor de energia para discussão da transição energética, nesta terça (2), no Rio de Janeiro, em entrevista à CNN, Jorge Viana, presidente da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), disse confiar no potencial brasileiro de destaque na energia limpa.

    “O Brasil talvez seja o único país do mundo que vem fazendo a transição energética há muito tempo, primeiro pelo potencial hidrelétrico, depois pelo extraordinário potencial geração de energia eólica solar e de biomassa”, disse Viana, que fez parte da abertura do evento promovido pela Engie Brasil.

    O líder da Apex também citou o protagonismo brasileiro no hidrogênio verde. “O Brasil tem reduzido o desmatamento e voltou a ser sinônimo de sustentabilidade sendo protagonista do tema, obviamente também na geração de energia limpa, com a chegada do hidrogênio verde. Talvez seja um dos poucos países que vai poder rapidamente exportar energia para o mundo inteiro”, finaliza.

    Durante os painéis, aconteceram debates desde a “descarbonização” da indústria até como realizar uma transição energética justa dentro da complexidade social do Brasil, além de questões sobre o papel do país na liderança mundial da transição energética.

    “O Brasil é a ‘Disneylândia’ do setor sustentável na área de energia renovável, temos todos os recursos, como, vento e água. A gente precisa de medidas para que novas fontes sejam integradas ao sistema e também precisa refinar a regulamentação para que não tenha mais subsídios que não sejam necessários. Chegou a hora do Brasil ser protagonista”, afirma Maurício Bähr, CEO da ENGIE Brasil.

    Investimentos são aliados do avanço da ampliação da matriz energética brasileira, possibilitando que o campo das fontes renováveis se intensifique cada vez mais. Luciana Costa, diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do BNDES, acredita que o Brasil não pode perder a oportunidade com o tema debatido mundialmente.

    “O BNDES é fundamental, financiou 70% da geração de energia no país. No planejamento do setor de energia, são investimentos de bilhões e numa economia como a brasileira, os projetos podem desmontar no meio do caminho. Não podemos perder a janela de oportunidade de ser protagonista da transição energética. Em 2022, o mundo investiu US$ 24 trilhões [cerca de R$ 125 trilhões] somente em energia renovável. Já o Brasil tem o ‘Fundo Clima’ e precisa ser mais ousado com recursos”, diz a executiva.

    Mesmo com a expansão de outras fontes, as hidrelétricas ainda são o ‘porto seguro’ da segurança energética do Brasil e também foi citado nos debates, lembrou a Heloísa Borges, diretora de Estudos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

    “Se a gente tem um cenário que provoca um regime de seca muito acelerado, precisamos migrar para outra fonte. A hidroeletricidade pode crescer, mas fazemos escolhas enquanto país, por exemplo não avançar mais nas hidrelétricas com grandes reservatórios, por questão ambiental”, diz Heloísa.

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