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    Nova regra pode levar salário mínimo a R$ 1.430 em 2024

    Reajuste poderá aumentar benefício em R$ 110; regra usa inflação do ano anterior e PIB de dois anos antes

    Fernando Nakagawada CNN

    A nova política de reajuste deve levar o salário mínimo a R$ 1.430 em 2024. A estimativa é do pesquisador e professor Clemente Ganz Lúcio e leva em conta as novas regras anunciadas pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho.

    O valor indica reajuste de R$ 110 na comparação com o valor que passa a vigorar em 1º de maio.

    Segundo o ministro, o governo vai anunciar que o mínimo será reajustado conforme a inflação do ano anterior somada ao crescimento da economia de dois anos antes. Com esses parâmetros, Ganz Lúcio estima que o reajuste nominal poderá ficar em torno de 8,3% no ano que vem.

    A estimativa leva em conta o já anunciado crescimento da economia em 2022, quando o Produto Interno Bruto (PIB) teve aumento de 2,9%.

    A esse crescimento da atividade, soma-se a alta dos preços. Para o pesquisador, a inflação de 2023 deve ficar em torno de 5,2%. O índice usado para o mínimo é o INPC, Índice Nacional de Preços ao Consumidor.

    O número esperado por Ganz Lúcio é inferior à expectativa do mercado financeiro para outro índice: o IPCA, Índice de Preços ao Consumidor Amplo. Para os economistas ouvidos pelo Banco Central (BC), o IPCA de 2023 ficará em 6%.

    A diferença do PIB de dois anos

    A nova regra é diferente da usada no governo anterior do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na gestão anterior, o mínimo era reajustado conforme o PIB e a inflação — ambos do ano anterior. Agora, a proposta é usar o PIB de dois anos antes e a inflação do ano anterior.

    A mudança faz diferença no cálculo de 2024. Isso porque o mercado financeiro prevê que a economia brasileira deve ter um crescimento bem mais modesto em 2023, de 0,96%.

    Assim, se fosse usada a regra anterior, o salário mínimo projetado para 2024 seria de valor em torno de R$ 1.402 — ou 6,2% acima do valor de 2023. Com a regra nova proposta, o reajuste deverá ser maior: 8,3%.

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