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    Nova política industrial deixa lacuna ao ignorar formação técnica, diz presidente da Frente Parlamentar da Indústria

    Deputado cobra participação do Ministério da Educação no programa

    Nova Indústria Brasil prevê investimentos da ordem de R$ 300 bilhões até 2026
    Nova Indústria Brasil prevê investimentos da ordem de R$ 300 bilhões até 2026 Shutterstock/Gorodenkoff

    Taísa Medeirosda CNN

    Brasília

    Anunciada nesta segunda-feira (22), a nova política industrial tem uma lacuna grave, na avaliação do presidente da Frente Parlamentar Mista da Indústria, deputado José Rocha (União-BA).

    O motivo é que a iniciativa não preenche um dos maiores gargalos do setor: a falta de mão de obra qualificada.

    “Entre os atores desse programa, o principal deveria ser o Ministério da Educação. Se não tivermos formação técnica profissionalizante, não vai andar”, afirma Rocha.

    O parlamentar diz que o país se preocupou muito, nos últimos anos, em fomentar o ensino superior. “O Brasil errou muito em abrir faculdades e não se preocupar com a formação técnica.”

    De acordo com Rocha, houve pelo menos um encontro com o ministro da pasta, Camilo Santana, para apresentar essa preocupação. Apesar disso, a ponderação não foi incluída na proposta final do programa.

    O Nova Indústria Brasil prevê investimentos da ordem de R$ 300 bilhões até 2026 com o intuito de, nos próximos dez anos, impulsionar o desenvolvimento nacional.

    Para isso, o programa é norteado por seis missões, sugeridas no Plano de Ação 2024-2026, apresentado ontem.

    As metas exigirão esforços de todos os ministérios membros do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) e do setor produtivo nacional.

    Rocha enfatiza ainda o aumento do risco fiscal que o programa pode trazer.

    Além disso, segundo ele, o aumento da intervenção do Estado no fomento da indústria não é visto com bons olhos no Congresso Nacional, o que pode enfrentar resistência no retorno do recesso parlamentar. O Legislativo retoma as atividades no dia 2 de fevereiro.

    O CNDI foi criado especificamente para a produção da nova política industrial, e conta com representantes de 20 ministérios, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da sociedade civil, do setor produtivo e dos trabalhadores.

    O projeto retoma o papel do poder público como indutor do desenvolvimento da indústria, com o uso de linhas de crédito, subsídios e requisitos de conteúdo local para fomentar empresas nacionais.

    Em alguns setores — ainda a serem definidos — o governo exigirá a aquisição de produtos e serviços nacionais.