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    Nova gasolina: ANP indica mais potência e menos consumo – mas um preço maior

    Produzir gasolina com os novos parâmetros passou a ser obrigatório na última segunda-feira. ANP promete combustível mais eficiente e potente

    Leonardo Guimarães, do CNN Brasil Business, , em São Paulo

    Em janeiro, a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) publicou uma resolução que definiu novas especificações para a produção de gasolina no Brasil. Nesta segunda-feira (03), o prazo para as produtoras de combustíveis se adequarem às regras se encerrou e os brasileiros passam a encontrar nas bombas uma gasolina já produzida nos novos moldes. 

    Segundo a agência, as mudanças tornam o combustível mais eficiente e sustentável. “A iniciativa é resultado da realização de estudos e pesquisas dos padrões de qualidade, considerando o acompanhamento das especificações e harmonizações internacionais”, disse a ANP em comunicado. 

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    As distribuidoras terão 60 dias para escoar o estoque dos produtos com a fórmula antiga e os pontos de venda terão 90 dias. Ou seja, em três meses todos os postos terão em suas bombas a nova gasolina. 

    O que muda? 

    As novas regras alteram três parâmetros da produção de gasolina no Brasil. 

    Densidade do combustível 

    A primeira mudança acontece no valor de massa específica do combustível. Quanto maior a massa específica, maior a densidade energética da gasolina. Ou seja, a relação km/litro ficará mais vantajosa para o motorista, que pode rodar mais abastecendo menos. 

    “A gente espera que esse novo combustível proporcione maior rendimento no momento da queima, gerando diminuição no consumo e maior autonomia dos veículos” explica Ednéia Caliman, especialista em regulação da ANP, em vídeo publicado no site da agência. 

    Ajuste da curva de destilação 

    Uma gasolina com bom perfil de destilação garante um bom funcionamento do motor em quesitos como partida a frio, dirigibilidade e aquecimento. Este é o parâmetro que mede a volatilidade da gasolina. Um combustível muito volátil causa a perda de potência e prejudica o bom funcionamento do motor. 

    As novas regras definem a produção de uma gasolina menos volátil, que vai ajudar o funcionamento dos motores. 

    Octanagem

    A octanagem é a medida da capacidade do combustível em resistir à compressão em altas temperaturas nas câmaras de combustão sem detonação. Em termos práticos, quanto maior a octanagem, mais potência o motor consegue atingir. 

    Existem dois parâmetros de octanagem – MON (Motor Octane Number) e RON (Research Octane Number). No Brasil, não havia limites para a octanagem RON, algo que a nova resolução da ANP agora regula.

    A resolução da ANP fixou limites para a octanagem RON, o que faz com que o Brasil se adeque aos padrões internacionais. Segundo a agência, os novos parâmetros são importantes para destravar novas tecnologias de motores. 

    E o preço? 

    A nova gasolina vai dar mais potência aos motores, aumentar a autonomia dos veículos, diminuir a poluição e ajudar no funcionamento do motor. Tudo isso tem um custo, que é maior na comparação com a gasolina produzida anteriormente.

    Com a produção mais cara, o preço nas bombas também deve subir, mas a expectativa é que a eficiência do combustível faça valer os centavos a mais. 

    Em entrevista à CNN, Edneia Caliman, disse que a melhora da gasolina levará a um “consumo mínimo” pelos veículos. “Essas mudanças melhoram a qualidade, proporcionam maior eficiência energética e com certeza causará redução do consumo (pelos veículos)”, explica. 

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