Nissan demite 398 funcionários por causa da pandemia
A decisão já foi comunicada aos funcionários e ao sindicato e foi confirmada pela empresa à CNN
A montadora japonesa Nissan decidiu demitir 398 funcionários por causa da queda nas vendas de veículos provocada pela pandemia do novo coronavírus.
A decisão já foi comunicada aos funcionários e ao sindicato e foi confirmada pela empresa à CNN.
O corte é equivalente a 16% do quadro total de colaboradores da companhia no Brasil. A fábrica está localizada em Resende (RJ).
Por causa da expressiva queda de vendas provocada pela pandemia, a Nissan decidiu reduzir um turno da fábrica, que volta a operar plenamente na próxima quarta-feira.
A empresa havia aderido a medida provisória do governo, que permitia a suspensão do contrato de trabalho por dois meses. O prazo terminou na última sexta-feira (19).
Os trabalhadores teriam direito a dois meses de estabilidade, mas a empresa preferiu indenizá-los por esse período, o que é permitido pela legislação.
Em meio à pandemia, a Nissan avaliou que não valia a pena que eles voltassem a trabalhar se não havia volume o suficiente a produzir. A presença de quase 400 pessoas a mais representaria um risco desnecessário.
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Fontes do setor automotivo ouvidas pela CNN dizem que, se a MP não for prorrogada ou se não houver algum estímulo à venda de carros, a Nissan vai ser apenas a primeira da fila de demissões.
Segundo a Associação Nacional de Fabricantes do Setor Automotivo (Anfavea), as vendas de veículos devem recuar 40% este ano por causa da pandemia, voltando a patamares de 2004.
A unidade da Nissan em Resende (RJ) produz três carros: Nissan Kicks, Nissan Versa e Nissan March. Todos os modelos seguirão sendo produzidos.
Quando começou a operar o segundo turno em 2017, a empresa havia contratado 600 pessoas. Portanto, parte dos colaboradores estão sendo transferidos para o primeiro turno, que será ampliado.