Negociações sobre financiamento climático enfrentam fase “mais difícil” na COP29
Progresso na cúpula anual normalmente é marcado por documentos preliminares regulares, que são reduzidos a um acordo final
Os países presentes na cúpula climática COP29 foram avisados nesta quarta-feira (20) que a “parte mais difícil” estava prestes a começar nas negociações sobre quanto dinheiro deve ser fornecido aos países em desenvolvimento para ajudá-los a lidar com as mudanças climáticas.
Definir a forma desse financiamento — quem paga e quanto — é a principal tarefa das negociações climáticas anuais da ONU deste ano. Com o prazo final de sexta-feira (22) se aproximando, a frustração com a falta de progresso começava a transparecer nas salas de negociação.
Yalchin Rafiyev, negociador-chefe do anfitrião da cúpula, o Azerbaijão, disse que “agora começa a parte mais difícil”, antes de um novo texto que deve ser apresentado à meia-noite (horário local) na capital Baku.
O progresso na cúpula anual normalmente é marcado por documentos preliminares regulares, que são reduzidos a um acordo final.
Países ricos e em desenvolvimento estão bastante divididos quanto ao tamanho da nova meta. Ela substituirá uma promessa feita pelos países desenvolvidos em 2020 — entregue com dois anos de atraso — de fornecer US$ 100 bilhões por ano em financiamento climático.
Adonia Ayebare, de Uganda, que preside o grupo G77 e China de mais de 130 países em desenvolvimento, disse que sua demanda era que as nações ricas fornecessem US$ 1,3 trilhão em financiamento público para o clima por ano.
“A frustração é que o outro lado não nos deu uma contraproposta”, disse Ayebare à Reuters.
“Estamos ouvindo falar de US$ 300 bilhões. Mas se isso for verdade, é realmente inaceitável. É embaraçoso”, disse.
Outro negociador de um país em desenvolvimento disse à Reuters que a União Europeia havia proposto US$ 200 bilhões ou US$ 300 bilhões em conversas informais. Mas a UE afirmou nesta quarta-feira que não tinha uma posição oficial sobre o montante.
O comissário climático da UE, Wopke Hoekstra, disse que o bloco não está disposto a falar sobre o valor até que tenha mais detalhes estruturais, acrescentando: “Caso contrário, você terá uma cesta de compras com um preço, mas não saberá exatamente o que está lá dentro”.
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