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    Natura cai 5% com decisão de emitir mais ações. O mercado não gostou?

    Enquanto o BTG Pactual não enxerga espaço para uma alta no curto e médio prazo, o Bradesco BBI enxerga um potencial de valorização de mais de 20%

    André Jankavski, , do CNN Brasil Business, em São Paulo

    A Natura &Co (NTCO3) teve o pior desempenho dentre todas as ações do Índice Bovespa nesse primeiro pregão de outubro. A queda de quase 5% coincide com o anúncio desta manhã da emissão de 121,4 milhões de novas ações, cujo objetivo é arrecadar R$ 6,2 bilhões para acelerar o crescimento da empresa.

    Isso quer dizer que o mercado não gostou do movimento? Não necessariamente. Segundo Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos, se aplica a conhecida lei da oferta e da demanda nesse caso. Como serão emitidas muitas ações da empresa, a oferta será muito maior. 

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    “A partir do momento em que se excede a oferta, é natural que o preço caia, mesmo com o guidance forte que a Natura apresentou”, diz Esteter.

    Por conta do follow-on, a empresa atualizou suas projeções e afirmou que estima que sua receita líquida no terceiro trimestre cresceu 25% a 30% na comparação com um ano antes, apoiada na aquisição da Avon e outros efeitos. Os números ainda precisam ser auditados.

    Tendo a pandemia como pano de fundo, esse seria um ótimo resultado para a Natura. Mas existem também algumas preocupações dos analistas com o futuro da companhia. A principal delas é como a companhia vai conseguir absorver a operação da Avon. O banco BTG Pactual, por exemplo, tem dúvidas se essa integração será feita de maneira rápida.

    “A atual classificação neutra é devido aos desafios da recuperação da Avon (apesar de vermos grandes oportunidades de venda cruzada e corte de custos com a integração), bem como a recente valorização da ação, de 25% nos últimos três meses, que limitam uma alta na nossa opinião”, diz o relatório assinado pelos analistas Luiz Guanais e Gabriel Savi. 

    Com o aumento de capital, o caixa da companhia ficará bem mais leve do que atualmente. Por causa da compra da Avon, a relação dívida líquida e Ebitda, importante medida para saber da solvência de uma empresa, da Natura é de 3,6 vezes. Com a operação, pode cair para 1,5 vezes. 

    O Bradesco BBI, por sua vez, está bem otimista. De acordo com relatório, o Bradesco enxerga um “forte ciclo de ganhos liderados pelas marcas Natura, The Body Shop e Aesop, além da integração da Avon no começo de 2021”. O preço da ação, segundo o banco, pode chegar a R$ 60 (e até ultrapassar esse valor).

    Como o papel fechou esta segunda-feira a R$ 48,58, isso representaria uma alta de 23% em doze meses.

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