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    “Não vejo ânimo do governo para votar uma reforma para cortar gastos”, diz relator da LDO à CNN

    Relator do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024 disse não estar otimista com o cumprimento da meta fiscal do governo

    Da CNN , em São Paulo

    Em entrevista à CNN na noite desta sexta-feira (11), o relator do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), afirmou que o governo petista “não gosta” de cortar custos e disse não enxergar o PT indo à Plenário votar uma reforma administrativa.

    “Não vejo ânimo do governo para votar uma reforma para cortar gastos”, afirmou.

    Por outro lado, o parlamentar disse não duvidar da “boa vontade” do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mas afirmou que “a realidade dos fatos precisa ser modificada para que a gente tenha a segurança de meta fiscal zero em 2024”.

    “Eu não estou nem um pouco otimista com relação a isso”, comentou o relator da LDO em relação à meta fiscal de 2024.

    Na visão dele, o governo adotou uma meta “muito apertada” em um prazo pequeno.

    “Há toda uma expectativa com relação ao reequilíbrio das contas públicas e o governo, num delírio, numa vontade nominal de zerar o déficit público colocou uma meta muito apertada num espaço muito pequeno de tempo”, disse.

    “Nós sabemos que para fechar as contas deste ano precisamos de algo em torno de R$ 130 bilhões, e isso é muito dinheiro”, completou.

    O relator afirmou ainda que o efeito das medidas tomadas pelo governo em relação ao Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf) e à cobrança de tributos, “em vez de garantir o aumento de receita para o governo, garantiu a deflação e a diminuição da atividade econômica”.

    “Nós já derrapamos uma vez nas pedaladas, não podemos repetir o erro duas vezes”, disse.

    O relator também criticou o lançamento do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

    “Nós não estamos conseguindo cumprir o rombo do Orçamento desse ano e ainda se lança um programa robusto como o Novo PAC, onde se fala de R$ 1,7 trilhão de investimento […] A gente tem que ter receita, e ela não está vindo. Essa é a grande preocupação”, afirmou.

    O parlamentar disse ser necessário “refletir” sobre o que está sendo votado no marco fiscal. “O espaço fiscal do arcabouço ficou muito pequeno, tanto na Câmara e menor ainda no Senado, porque aumentou as condicionalidades dentro do orçamento do Senado”, avaliou.

    O relator afirmou ainda que, na última segunda-feira (7), o governo fez a primeira revisão na proposta que tinha sido apresentado na LDO, “abrindo espaço de apenas R$ 5 bilhões para o PAC”.

    “Como é que ele precisa de R$ 60 bilhões se ele só tem R$ 5 bilhões?”, questionou.

    Publicado por Amanda Sampaio, da CNN.

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