Não vão bater carteira, diz Guedes sobre ministros que querem ampliar os gastos
Ministro da Economia afirmou que retomada do crescimento será dada após ministério da Saúde dar o caminho
O ministro da Economia, Paulo Guedes, mandou recado para outros ministros e afirmou em entrevista coletiva nesta quarta-feira (29) que o governo federal agirá com cautela na retomada da economia após a crise gerada pela pandemia de coronavírus.
Guedes ressaltou que a crise principal é da saúde e indicou que não é o momento para demais ministérios pleitearem recursos. “A crise é da saúde. Não pode alguém achar que no momento que nós fomos baleados, caídos no chão e na confusão, tendo que ajudar a saúde, alguém vem correndo e bate a nossa carteira e sai correndo, isso não vai acontecer”, afirmou.
Ele ainda destacou que obras públicas podem “cavar um buraco ainda mais fundo”, e que a retomada da economia será dada após direcionamento do ministério da Saúde. “A retomada não repetirá o erro de governos passados, que justamente tentando esta saída, através de obras públicas, cavaram um enorme buraco e quebraram o Brasil. Quando nós chegamos o Brasil estava quebrado, exatamente por este caminho. Não vamos cavar mais fundo para sair do buraco”, afirmou Guedes.
O ministro destacou os investimentos como planos para a retomada da economia. “Nós vamos fazer a retomada do crescimento nos trilhos do caminho da prosperidade. Os investimentos virão, o ministro Tarcísio (Tarcísio de Freitas, Ministro da Infraestrutura) sabe que com mais R$ 4 bilhões por ano, ele na verdade vai atrair R$ 230, R$ 240 bilhões privados. Os investimentos virão, falamos várias vezes durante a campanha que os militares fizeram a infraestrutura brasileira e isso deu um enorme crescimento para o Brasil, não vamos deixar nenhum brasileiro para trás”, comentou.
Guedes ressaltou que a retomada da economia será dada a partir da sinalização positiva feita pelo Ministério da Saúde: “Já estamos preparando a nossa retomada, assim que nosso ministro da saúde nos der a direção, e assim que não houver mais riscos, a economia começa a girar novamente, e acho que o brasil vai novamente surpreender o mundo. Vamos juntos vencer a crise da saúde, primeiro, e atravessaremos também a segunda crise, a econômica”, disse.
Em coletiva conjunta com o ministro chefe da Casa Civil Walter Braga Netto, ambos ministros afirmaram que não há desentendimentos entre eles. “Todos os ministérios estão trabalhando conjuntamente. Eu nunca briguei com Paulo Guedes. Quem dá a palavra final é a Economia e quem decide é o presidente da república”, destacou Braga Netto.
“Nós temos excelente relacionamento pessoal, temos relações mais antigas por meio de familiares. Foi um mal-entendido. Mas queria deixar muito claro que nosso relacionamento é muito bom. Em nenhum momento estive aborrecido com o Braga Netto”, finalizou Guedes.