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    ‘Não se deve ter preconceito em relação à CPMF’, diz Eduardo Leite

    Governador tucano afirma que tem "divergências" com presidente Jair Bolsonaro, mas que aceitaria recebê-lo em eventos no Rio Grande do Sul

    Da CNN

    O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), afirmou que os agentes públicos não devem ter “preconceito” em discutir a volta de um imposto nos moldes da antiga CPMF, como deseja o ministro da Economia, Paulo Guedes. 

    Leite, no entanto, afirmou ser contra um aumento no total que os brasileiros pagam de impostos. Portanto, para apoiar o novo tributo, ele defende a compensação do que o governo arrecadar com este imposto com a redução de outras cobranças.

    “Não se deve ter preconceito em relação à CPMF, desde que fique claro que ela venha substituir outro tipo de imposto e que ela não venha a representar aumento na carga tributária”, afirma o governador gaúcho, em entrevista à CNN.

    Paulo Guedes vem tratando esse possível novo tributo, que incidiria sobre transações digitais, como uma forma de o governo reduzir os impostos cobrados sobre a folha salarial das empresas.

    Na entrevista, o governador tucano disse considerar “correta” a agenda econômica do governo Bolsonaro, apoiando também planos de novas privatizações e de uma reforma administrativa que reduza o custo da máquina pública.

    Bolsonaro

    Apesar do elogio na seara econômica, o governador gaúcho disse ter “divergências” com o presidente Jair Bolsonaro, mas que, caso convidado, compareceria a eventos ao lado dele.

    “Tenho divergências, especialmente no respeito entre as pessoas, as instituições, respeito à diversidade, à opinião alheia. Não se deve dividir o país entre o bem e o mal, entre o nós e eles. Nenhuma dessas divergências me faria negar estar diante do presidente da República, nas minhas obrigações como governador”, afirmou.

    Nesta sexta-feira (31), Bolsonaro esteve em Bagé, no Rio Grande do Sul, para inauguração de uma obra de casas populares. Eduardo Leite está em isolamento, em virtude de ter testado positivo para o novo coronavírus. O vice-governador Ranolfo Vieira Júnior (PTB) acompanhou a visita.

    Hidroxicloroquina

    A respeito do seu estado médico, o governador negou informações que circulam nas redes sociais de que estaria sendo medicado com hidroxicloroquina e o antibiótico azitromicina. Segundo Leite, ele apresentou apenas sintomas leves e foi tratado com analgésicos para conter dores de cabeça e na garganta.

    “Não utilizei os medicamentos que estão sendo falados. Nada contra os medicamentos, só reforço o que a gente tem sempre salientado: deve-se seguir a recomendação médica. O médico é a autoridade que define o tratamento. No meu caso, não houve prescrição de tratamento nesse sentido”, afirma.

    Eduardo Leite disse estar se sentindo melhor e sem sintomas, aguardando o período de isolamento social determinado pelos médicos.

    PSDB e eleições

    Questionado a respeito das últimas decisões judiciais contra lideranças do PSDB, em especial os ex-governadores paulistas José Serra e Geraldo Alckmin, Leite afirmou que defende “sobriedade institucional” e permitir aos correligionários que se defendam das acusações.

    “Há que se respeitar isso, a oportunidade do esclarecimento. Seja para os adversários, seja para os membros do nosso partido”, disse o governador, que saiu em defesa da legenda. “É um partido com muita prestação de serviços para a população brasileira”.

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    Eduardo Leite vem sendo citado como uma possível alternativa ao governador de São Paulo, João Doria, como candidato a presidente da República em 2022. Seu nome foi citado, entre outros, pelo presidente de honra do PSDB, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

    Na entrevista à CNN, Leite reafirmou que é contra a reeleição e não disputará um segundo mandato para governar o Rio Grande do Sul em 2022. No entanto, se negou a dizer se tentará ou não concorrer ao Palácio do Planalto.

    “A gente tem que ter foco no presente”, disse o governador, afirmando que discutir as eleições de 2022 poderia dificultar a aprovação de temas que pretende discutir na Assembleia Legislativa ainda nesse mandato. “Não faltam pautas que a gente tenha que fazer no Rio Grande do Sul que a gente precise de apoio político”, afirmou.

    (Edição: Bernardo Barbosa)

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