“Não podemos cair em armadilha de imposto sobre carbono”, diz Campos Neto
Segundo o presidente do Banco Central, a transição para uma atividade econômica mais sustentável se dará majoritariamente via financiamento privado
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, criticou a taxação sobre carbono, considerado um “imposto verde”, como forma de estimular a redução de emissões de carbono. Segundo ele, com a carga majoritariamente em quem produz, os produtores podem ser desestimulados.
“Precisamos fazer com que mercado de carbono funcione. Não podemos cair em armadilha de imposto sobre carbono”, defendeu nesta sexta-feira (12), durante evento em Portugal sobre Agronegócio Sustentável no Brasil, onde participou do painel sobre sustentabilidade no mundo financeiro.
Campos Neto ainda reforçou a avaliação de que a transição para uma atividade econômica mais verde e sustentável se dará entre 80% a 90% via financiamento privado. “Achar que governos alocam recursos melhor que mercado é um erro”, afirmou.
“O risco de transição do mundo de antes para o mundo que queremos, parece muito mais duro e difícil do que antes. Essa transição vai ser questionada quando o aumento de preço começar a bater na energia, em alimentos”, completou.
Para o chefe da autoridade monetária, o Brasil passa hoje pela terceira onda dessa transição, quando começa a ser demanda pela sociedade que o fluxo financeiro seja verde e sustentável também.