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    Não há hipótese de estender o estado de calamidade, diz Maia

    Presidente da Câmara dos Deputados afirmou que o orçamento de 2021 está muito apertado, mas que há despesas que podem ser realocadas

    Marília Ribeiro e Gabriela Coelho, da CNN, de Brasília

    O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou neste sábado (17) que “o orçamento está muito apertado para o próximo ano, e em tese o teto vai ‘explodir’, mas que há despesas que podem ser realocadas”. Além disso, segundo Maia, não há hipótese de estender o estado de calamidade.

    Segundo Maia, prorrogar o decreto de calamidade vai representar a perda de R$ 30 bilhões aos cofres públicos e quem vai pagar essa conta, mais uma vez, são os brasileiros mais simples. “Melhorar a redação do teto é mais importante que a criação de um Programa de Renda Mínima, pois ela vai dar uma clareza de como as despesas irão se comportar nos próximos anos”, afirmou.

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    Para Maia, é preciso olhar o orçamento público e buscar soluções. Ele afirmou ainda não há caminho fora do teto de gastos. “A hipótese de usar o estado de calamidade vai vincular a propagação da PEC da guerra”, disse.

    O presidente da Câmara destacou a possibilidade de furar o teto está fora de cogitação. “Isso eu não aceito. Todos temos responsabilidade, mas vamos nos sentar à mesa e procurar a solução possível. Vai parar a economia, vai gerar desemprego, vai gerar desigualdade. Não há hipótese de usar a PEC da Guerra, não há hipótese de estender o estado de calamidade. A PEC da Guerra foi uma bela ideia, pois construímos solução para gastos com término dessas estruturas. A PEC da Guerra não será usada no próximo ano, essa hipótese não existe.  Esse jeito criativo não será aceito pela Câmara dos Deputados”, disse.

    De acordo com Maia, há uma confusão do que é o teto de gastos e essa confusão está na própria imprensa e há também confusão no parlamento. “Temos que deixar bem claro que o problema não está na receita, mas em organizar a despesa. A Câmara não pauta prorrogação de calamidade e nem a PEC de Guerra, temos que buscar o assunto de outro lado que é a PEC emergencial”, defendeu.

    Maia afirmou ainda que a política tem que compreender que é preciso enfrentar momentos difíceis como esse. “Lendo matérias vi que a possibilidade de prorrogar a calamidade em tese prorroga a PEC da guerra. A nossa obrigação como políticos é enfrentar essas adversidades. No nosso papel, temos a obrigação de não nos omitir, principalmente para os próximos dois anos. Com a reforma da previdência poderemos ter um novo futuro”.

    Para Maia, “por mais que se olhe a prorrogação do auxílio como algo positivo para o governo a curto prazo, a médio e longo prazo o governo vai pagar a conta com a sua popularidade. O que parece popular hoje, primeiro quem paga a conta é o brasileiro e segundo sempre a popularidade do governo”.

    Maia citou como exemplo Dilma Rousseff, em 2013, quando aumentou os gastos com o Fies. “Todo caminho que parece um atalho, mas o brasileiro e a popularidade do governo pagam a conta”. 

    O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia
    O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, em cerimônia no Palácio do Planalto
    Foto: Adriano Machado/Reuters (17.jun.2020)

    Desorganização

    Segundo Maia, o presidente Jair Bolsonaro tem dado um grande suporte para o ministro da economia, Paulo Guedes. “Acredito que tenha incomodado o formato na constituição da solução. Vamos mostrar a todos que não há caminho fácil ou caminho que possa cortar os desafios dentro do teto de gastos. Quando o presidente reage de maneira contrária é mais uma desorganização na informação e pega o presidente de surpresa. Eu acho que agora a eleição possa nos ajudar, temos que falar ao eleitor a verdade”, citou.

    Para Maia, há uma preocupação do ministro da Economia de construir um caminho fora de acordo com o governo federal. “Uma coisa que me irrita muito é esse apoio para a reforma administrativa. Mas ela é tão importante quanto a tributária. Não dá para deixarmos de fazer reformas por conta de estruturas corporativas quererem manter seu poder na arrecadação. Queremos que o Brasil esteja mais parecido com os países da União Europeia”, defendeu.

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    Maia disse também que não vai brigar com o ministro Paulo Guedes. “Não vou entrar nesse debate. “É uma decisão que o governo tem que tomar primeiro e decidir encaminhar e aí vamos debater. Eu adiantar esse debate é criar uma divergência com o ministro Paulo Guedes que já prometi que até primeiro de fevereiro eu não vou brigar com o ministro Paulo Guedes por uma questão muito simples, eu acho que a situação fiscal do Brasil requer muita responsabilidade. Tenho responsabilidade com o Brasil não sou governo e não pretendo ser governo”.

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    Maia afirmou ainda que não é candidato a reeleição. “Isso para mim está resolvido. A disputa é ruim independente de quem sente. Fico pensando como perdemos tempo dentro dessa bolha que Brasília às vezes é. Não adianta ganhar a eleição hoje, mas sim em fevereiro. Quem antecipa eleição pode ser vencedor antes da linha de chegada”.

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