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    Não é possível ter um juro tão alto sem uma inflação de demanda, diz Alckmin

    Vice-presidente comentou decisão do BC em manter Selic em 13,75% ao ano

    Eduardo Gayer, Thaís Barcellos e Fernanda Trisotto, do Estadão Conteúdo

    No dia seguinte à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) que manteve a taxa Selic em 13,75%, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, engrossou o coro do governo contra o Banco Central e disse não ser possível ter um juro tão alto sem, na sua avaliação, uma inflação de demanda.

    “Não é possível ter Selic de 13,75%, maior taxa de juros do mundo, não tendo inflação de demanda. É evidente que isso é problema, é capital, é crédito, é fundamental”, disse Alckmin na plenária do Conselhão, logo depois de o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ter avaliado a decisão do Copom de “preocupante”.

    Ao longo de seu discurso, Alckmin elogiou o arcabouço fiscal apresentado pela equipe econômica, chamado por ele de “bem elaborado”, e avaliou que o nível atual do dólar, ao redor de R$ 5, é bom por ser “competitivo”.

    “Para a indústria, câmbio, imposto e juros definem tudo”, declarou o vice-presidente.

    Alckmin reiterou sua confiança de que a reforma tributária vai avançar no país, assim como o acordo comercial entre União Europeia e Mercosul.

    De acordo com o também ministro de Desenvolvimento, Comércio, Indústria e Serviços, o texto está “maduro”. “Temos que começar o comércio exterior com os vizinhos, que é para onde vendemos industrializados”, afirmou Alckmin, que defendeu também o ganho de valor agregado nos produtos brasileiros.

    O vice-presidente avaliou que é preciso combater os problemas da economia brasileira na raiz, como forma de fazer o país crescer. “É preciso eficiência econômica. De outro lado, arcabouço fiscal, rede de proteção social”, disse, em linha com o discurso do governo de aliar responsabilidades social e fiscal nas políticas públicas.

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