“Não é hora de comemorar”, diz especialista sobre nível dos reservatórios
Reservatórios de água dos sistemas no sudeste e centro-oeste operam com 20% do volume
Os reservatórios de água dos sistemas no sudeste e centro-oeste operam com 20% do volume. Contudo, Roberto Kishinami, coordenador do iCS (Instituto Clima e Sociedade), afirma, em entrevista à CNN, que ainda não é hora para comemorar. “É bom que a temporada de chuva chegou, mas precisamos entender o que vai acontecer até o final de abril”. Demora cerca de cinco a seis meses para encher o suficiente para passar o período seco no Brasil, que começará em maio de 2022.
Outro perigo que está no horizonte brasileiro é o evento climático La Niña. “Os sistemas indicam que será de nível moderado, mas os dias que ocorrerem o evento costumam ter poucas chuvas e, consequentemente, reduzir o abastecimento diário dos reservatórios”, diz Kishinami. Neste momento, os níveis tem crescido menos de 1% ao dia.
Agro x energia
A economia brasileira entrou em recessão técnica ao registrar no terceiro trimestre contração pela segunda vez seguida, com perdas na agropecuária e nas exportações ofuscando ganhos nos serviços, em um cenário de inflação elevada e aumento de juros no país e apesar do avanço da vacinação contra a Covid-19.
O Produto Interno Bruto do Brasil registrou queda de 0,1% entre julho e setembro, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Do lado da produção, a Agropecuária foi o destaque negativo na economia no terceiro trimestre, com queda de 8,0% sobre os três meses anteriores, como consequência do encerramento da safra de soja, que também acabou impactando as exportações.
Kishinami explica que um dos motivos pela redução do agro no PIB é por conta da crise hídrica. “A agricultura usa água para fazer irrigação, sendo que, se acaba o estoque e as companhias utilizam métodos alternativos como usar dos reservatórios destinados à produção de energia, acaba que reduz o que era destinado para a energia, aumentando o preço na tarifa dos consumidores”, diz.
“Dessa forma, como saída, deveríamos tomar medidas mais prudentes, aumentando a contratação de energia renovável”, acredita o coordenador do iCS. “Ainda mais que [as renováveis] são favoráveis à um clima melhor no futuro”.
*com Reuters