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    “Não é comum ver tantos alimentos encarecendo juntos”, diz economista

    À CNN, a economista-chefe do Banco Inter Rafaela Vitória disse que uma conjuntura de fatores fez com que a inflação alta persistente em um item contaminasse outros

    Produzido por Thiago Felixda CNN , Em São Paulo

    O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) — que mede a inflação oficial do país –, acelerou para 1,62% em março, a maior variação para o mês desde 1994. Em entrevista à CNN nesta sexta-feira (8), a economista-chefe do Banco Inter Rafaela Vitória afirmou que o indicador foi maior do que o esperado.

    “Infelizmente tivemos mais uma surpresa negativa no IPCA de março, que já esperávamos uma alta forte por causa dos alimentos e combustíveis, mas veio acima do que era esperado”, afirmou.

    A economista avalia que não é comum uma alta generalizada em tantos alimentos ao mesmo tempo, mas uma conjuntura de fatores internos e externos levou à situação atual.

    “Tivemos uma conjunção de fatores no campo da alimentação. Em geral não é comum vermos tantos itens subindo ao mesmo tempo, as safras de alimentos são variadas em várias regiões do Brasil. Algumas são importadas. Mas a seca no sul, chuvas no Sudeste e Nordeste, tudo isso impactou várias safras simultaneamente”, declarou.

    “O que estamos vendo é uma inflação dos grãos, que é mais ditada pelas commodities internacionais agrícolas, principalmente o trigo. A Ucrânia e a Rússia são importantes fornecedores de trigo no mundo, e essa alta impacta a soja e o milho, que são bens correlatos”, acrescentou.

    Segundo Rafaela Vitória, o Banco Central está agindo corretamente ao aumentar os juros para conter a demanda e, assim, tentar conter os preços, mas a inflação causada por fatores externos depende da política monetária dos bancos centrais dos outros países.

    “Internamente estamos fazendo o que tem que ser feito, que é subir os juros para conter a demanda, inclusive estamos com uma economia desacelerada por conta disso. Mas tem muito da inflação que é importada, e nos outros países os banco centrais ainda estão em ritmo muito devagar nesse processo de normalização dos estímulos que foram concedidos durante a pandemia”, destacou.

    No entanto, ela comunicou que apesar do indicador ruim, já há indícios de que a inflação deve diminuir nos próximos meses.

    “O número de março foi muito elevado, mas nós olhamos para frente e já conseguimos ver um alívio, principalmente vindo da normalização da política monetária no exterior, e do câmbio e do nível de commodities mais estáveis nas últimas semanas”, concluiu.

     

    Texto publicado por Fabricio Julião 

     

     

     

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