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    Na crise atual, demissão de Guedes poderia ser desastrosa, diz ex-ministro

    Maílson da Nóbrega acredita que Bolsonaro não poderia ter tomado outro posicionamento

    Da CNN , Em São Paulo

    O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou à CNN nesta quinta-feira (21) que o ministro da Economia, Paulo Guedes, segue no governo, apesar da saída de membros de sua equipe. Para o ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega, a demissão de Guedes poderia ser desastrosa, levando em consideração a atual conjuntura do país.

    “Eu acredito que Bolsonaro não poderia dizer outra coisa. Em uma crise como a que estamos vivendo agora, a demissão do principal homem da área econômica do governo poderia ser desastrosa e complicar as coisas para o governo”, afirmou o ex-ministro em entrevista à CNN.

    Maílson da Nóbrega ainda afirmou que o ministro Paulo Guedes tem agido de maneira contrária ao que vendeu para o mercado, muito devido à política. Segundo o economista, a percepção do mercado tem sido de que o ministro Paulo Guedes se preocupa mais em cuidar da reeleição do presidente, do que da economia, e certamente está aumentando o número daquelas pessoas que desacreditam no trabalho do ministro.

    “Ninguém duvida de sua competência, de sua formação. Mas a forma como Guedes está cedendo às pressões do presidente para viabilizar um programa que é nitidamente eleitoreiro está afetando, de modo grave, a visão que o mundo financeiro tem do ministro.”

    Nóbrega aponta ainda que o descompasso do ministro é tão forte, a ponto de ter se tornado “incoerente”, já que Guedes fez críticas a um colega do governo justamente por querer furar o teto de gastos.

    E em plena crise, diz o economista, Paulo Guedes disse que quer rever as normas do teto. E não é para melhorar a eficiência, é para abrir margem, ou seja, “uma agenda oposta ao que o ministro vendeu ao mercado financeiro”. “É uma agenda eleitoreira, com contornos inequívocos de populismo”, afirmou Maílson da Nóbrega.

    Sobre a PEC dos Precatórios, Nóbrega considera “lamentável”, pois “consagra a ideia dos calotes em pessoas que passaram 20,30,50 anos lutando pelo reconhecimento de um direito”. Segundo o ex-ministro, com o texto aprovado, vira “uma moratória sem fim”. “É um horror”.

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