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    Na contramão da crise econômica, mercado de luxo cresce no Brasil

    Demanda provocou uma mudança de comportamento das marcas, que passaram a fornecer variedades e coleções exclusivas aos consumidores brasileiros

    Camille Coutoda CNN Rio de Janeiro

    Ao contrário de marcas nacionais e setores que sofreram impacto econômico durante a pandemia, o mercado de luxo vem ganhando destaque e crescendo.

    A Associação Brasileira das Empresas de Luxo (Abrael) viu as vendas de itens de alto padrão despontarem a partir do ano passado. A classe média alta que investia seu dinheiro em produtos no exterior passou a consumir no país e o resultado foi o crescimento médio de 51,74% em setembro de 2021 em relação ao mesmo período do ano passado.

    Essa mudança de comportamento e hábitos de consumo das pessoas também provocou um olhar das marcas para o Brasil. Roberto Veiga, coordenador da Abrael explica que, antes da pandemia, esse tipo de consumidor comprava peças de grife no exterior.

    “Como o brasileiro não pode viajar para fazer compras, as marcas perceberam uma demanda potente no país e começaram a investir. Hoje, peças exclusivas que não chegavam por aqui, agora chegam, acompanhando o cenário internacional”, destacou Veiga.

    De acordo com o levantamento divulgado pela Abrael, a receita do mercado de bens de luxo chegou a US$ 5,226 bilhões em 2020. A projeção é de um aumento de 3% até 2025.

    A maior movimentação acontece nos principais shoppings que oferecem variações de marcas internacionais como Iguatemi e Cidade Jardim, em São Paulo, Village Mall e Rio Designer, no Rio de Janeiro; Flamboyant Shopping, em Goiânia, além do Diamond Mall, em Belo Horizonte.

    O boom de vendas dessas lojas aconteceu, principalmente, por meio do e-commerce, com 694% de crescimento do consumo. Mesmo com as restrições da pandemia, as vendas nos shoppings não foram tão afetadas por conta dos serviços de entregas e vendas por aplicativos e redes sociais.

    O destaque do levantamento vai para os produtos cosméticos da companhia Estée Lauder, que engloba diversas marcas, que representaram cerca de 15% do mercado de bens de luxo. São produtos como perfumes, cuidados com a pele, cremes, máscaras faciais, maquiagens, entre outros.

    Segundo Roberto Veiga, o consumo de luxo da pandemia foi sofrendo alterações com o passar do tempo. No primeiro momento, as pessoas procuraram por autocuidado, a exemplo dos produtos específicos de skincare, seguido de artigos para casa. Já após as flexibilizações, começaram a investir também em roupas, automóveis, lanchas e jatinhos.

    “À medida que o tempo ia passando, as prioridades do consumidor foram sofrendo alterações. No início da pandemia, vimos uma procura por autocuidado e bem-estar. Agora, estamos percebendo um upgrade em bens de consumo como carros e viagens. Para se ter uma noção, carros como Jaguar e Porshe estão com alta procura no mercado”, apontou.

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