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    Mundo terá que fechar 3 mil usinas a carvão para barrar mudança climática

    Mil gigawatts gerados por usinas a carvão precisam ser cortados até 2030, diz estudo

    David StanwayChristopher Cushingda Reuters

    O mundo precisará fechar quase 3 mil usinas movidas a carvão antes de 2030 se quiser ter uma chance de manter os aumentos de temperatura dentro de 1,5 graus Celsius, de acordo com uma pesquisa do grupo de estudos climáticos TransitionZero.

    Em um relatório publicado dias antes da cúpula da ONU sobre mudança climática, a COP26, em Glasgow, a TransitionZero disse que há, atualmente, mais de 2.000 GW sendo gerado via carvão em todo o mundo, e que esse número precisaria ser cortado quase pela metade, o que significaria o fechamento de quase uma unidade por dia de agora até o final da década.

    A necessidade de acabar com quase mil gigawatts de energia gerado pela queima de carvão significaria um grande desafio para a China, a maior fonte mundial de gases de efeito estufa e dona de cerca de metade das usinas movidas a carvão do mundo.

    “A conclusão lógica é que metade do esforço terá de vir da China”, disse Matt Gray, analista da TransitionZero e autor do relatório.

    A China reduziu a participação do carvão em sua matriz energética de 72,4% em 2005 para 56,8% no ano passado, mas o volume de consumo absoluto continuou a aumentar. O presidente Xi Jinping prometeu, no início deste ano, que a China começaria a cortar o uso de carvão, mas somente depois de 2025.

    A estratégia para redução do uso do carvão também passou por um exame mais minucioso nas últimas semanas com a necessidade de encontrar soluções para resolver a crise de energia, que forçou o fechamento de fábricas e colocou em risco o fornecimento de eletricidade e o aquecimento durante o inverno.

    Gray disse que, embora o consumo de carvão cresça no curto prazo, a crise está forçando a China a acelerar as reformas que acabarão ajudando o país a reduzir sua dependência de combustíveis fósseis.

    Uma política recente destinada a forçar os operadores de geradores de energia a carvão a vender eletricidade através do mercado atacadista irá expô-los à competição de fontes renováveis ​​e enfatizar ainda mais sua falta de competitividade, acrescentou.

    “Acho que é justo dizer que, manter as luzes acesas e os prédios aquecidos será a prioridade exclusiva do governo chinês no inverno”, disse ele.

    “Mas nossa esperança é que esta crise seja vista como um alerta para a dependência da energia a carvão.”

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