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    MP sobre combustíveis gera atrito no futuro governo

    Equipe econômica, que vinha defendendo publicamente o fim da isenção, sentiu-se atravessada por alas do PT que se manifestaram pela prorrogação

    Caio Junqueira

    O debate sobre a prorrogação da isenção tributária sobre combustíveis gerou um atrito no governo eleito, de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    O motivo é que a equipe econômica, que vinha defendendo publicamente o fim da isenção, sentiu-se atravessada pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e pelo futuro presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, e pela futura secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, que se manifestaram a favor da prorrogação.

    Como mostrou a CNN nesta semana, aliados do próximo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vinham afirmando nos bastidores que a melhor solução seria aguardar a posse do novo governo para que fosse feita uma análise política e econômica mais criteriosa do impacto do fim do benefício fiscal.

    Gleisi, Mercadante e Belchior, por sua vez, avaliaram internamente que o fim do benefício deve impactar na inflação e consequentemente na popularidade de Lula. No entanto, suas posições confrontante com as da equipe econômica irritou o futuro Ministério da Fazenda.

    Ainda nesta sexta-feira (30) o debate permanece. O governo eleito debate a possibilidade de editar uma Medida Provisória na semana que vem para prorrogar o benefício. A dúvida agora é por quanto tempo.

    A equipe econômica defende que seja no máximo por 60 dias, enquanto interlocutores de Gleisi e Mercadante dizem que eles querem prorrogar o benefício pelo maior prazo possível.

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