Mostramos que o governo é apoiador do agro, diz Fávaro ao CNN Money
Ministro da Agricultura e Pecuária elogia reação do setor ao posicionamento do CEO do Carrefour na França e destaca avanços na relação entre governo e agronegócio
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, comentou nesta terça-feira (26) sobre a recente polêmica envolvendo declarações do CEO do Carrefour na França sobre produtos brasileiros.
Em entrevista ao CNN Money, Fávaro ressaltou a relação do agro com o governo federal. O ministro destacou os esforços para superar a intolerância pós-eleitoral.
Ele citou iniciativas como dois planos safra recordes consecutivos, abertura de novos mercados e 74 missões internacionais realizadas.
“Mostramos que o governo é apoiador da agropecuária”, afirmou Fávaro, ressaltando que o momento atual é de trabalho e resultados, não de discursos.
Fávaro ainda destacou a reação do empresariado brasileiro ao posicionamento do Carrefour, que culminou com diversas notas de repúdio e boicote de fornecedores. Para ele, as manifestações foram “instintiva” e “nacionalista”.
“Não tem problema não querer comprar os produtos brasileiros”, afirmou o ministro, ressaltando que a França consome apenas 0,5% das proteínas animais exportadas pelo Brasil.
No entanto, ele criticou a deturpação da verdade e as alegações sobre a qualidade dos produtos brasileiros.
Fávaro enfatizou a abertura do Brasil para discutir práticas de sustentabilidade, compromissos sociais e ambientais.
“Ninguém no mundo tem tal cadeia de produção sustentável como o Brasil, com garantia de qualidade sanitária”, declarou, desafiando comparações internacionais.
Sobre o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia, o ministro mencionou a possibilidade de assinatura em 6 de dezembro, durante a cúpula do Mercosul.
Ele destacou os avanços nas negociações, incluindo a superação de restrições do Paraguai, mas evitou confirmar uma data definitiva.
Mudança na validade dos alimentos
O ministro também comentou sobre a proposta de alterar o conceito de data de validade dos alimentos no Brasil, seguindo modelos europeus e americanos.
Fávaro expressou concordância com a mudança, argumentando que isso permitiria um melhor aproveitamento dos alimentos e poderia ter um aspecto social positivo.
“Achei uma proposta muito interessante e que não está discrepante de nenhum lugar do mundo”, concluiu o ministro, ressaltando que tal medida poderia contribuir para a estabilidade dos preços dos alimentos no país.
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