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    Ministro da Agricultura diz que agronegócio não deve vender carne para Carrefour Brasil

    A declaração foi realizada após Carrefour na França dizer que a rede vai deixar de comercializar carnes do Mercosul

    Vitória Queiroz , Brasília

    O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse que o o agronegócio brasileiro não deve fornecer carne para aos mercados do Grupo Carrefour no Brasil.A declaração foi realizada após o CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, dizer que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul.

    “Ora, se não serve para o francês, não vai servir para os brasileiros. Então que não se forneça carne nem para o mercado desta marca aqui no Brasil”, disse Fávaro.

    O ministro participou de um evento na Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) na última quinta-feira (21).

    O Carrefour da França disse que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul, em oposição ao acordo de livre comércio com a União Europeia (UE) e o Mercosul.

    Segundo Bompard, a varejista está atendendo a “consternação e indignação” dos agricultores franceses em relação ao tratado.

    “Esperamos inspirar outros atores do setor agro-alimentar e dar impulso a um movimento de solidariedade mais larga. É através do bloqueio que podemos tranquilizar os criadores franceses de que não haverá evasão possível. No Carrefour, estamos prontos para isso, independentemente dos preços e quantidades de carne que o Mercosul nos proponha”, enfatizou Bompard.

    Apesar do posicionamento da rede da França, o Grupo Carrefour Brasil afirma que o anúncio não tem relação com suas operações no território brasileiro. “O Grupo Carrefour Brasil informa que nada muda nas operações no país”, afirmou a varejista em comunicado à imprensa.

    “Primeiro, custo acreditar que está acontecendo uma ação orquestrada por parte das empresas francesas. Eu custo acreditar que é orquestrado”, afirmou Fávaro.

    Em nota oficial, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) rechaçou a declaração de Bompard, defendendo “a qualidade e compromisso da agropecuária brasileira com a legislação e as boas práticas agrícolas, em consonância com as diretrizes internacionais”.

    “O Mapa lamenta tal postura que, por questões protecionistas, que influenciam negativamente o entendimento de consumidores sem quaisquer critérios técnicos que justifiquem tais declarações.”

    O Carrefour França disse, em nota, que a medida anunciada na quarta-feira (20) não se refere à qualidade do produto do Mercosul, mas somente a uma demanda do setor agrícola francês.

    “Todos os outros países onde o Grupo Carrefour opera, incluindo Brasil e Argentina, continuam a operar sem qualquer alteração e podem continuar adquirindo carne do Mercosul. Nos outros países, onde há o modelo de franquia, também não há mudanças”, disse o Carrefour França.

    Em resposta às negociações comerciais entre a União Europeia e o Mercosul, agricultores realizam protestos na França. Na quarta-feira (20), agricultores franceses bloquearam uma rodovia que liga a França e a Espanha.

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