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    Minerva lucra no 2º tri com ajuda da China e proteção contra alta do dólar

    O frigorífico Minerva Foods reportou lucro líquido de R$ 253,4 milhões de reais no segundo trimestre, ante prejuízo de R$ 113,3 milhões um ano antes

    Nayara Figueiredo, da Reuters

    A Minerva Foods reportou lucro líquido de R$ 253,4 milhões de reais no segundo trimestre, ante prejuízo de R$ 113,3 milhões um ano antes, com desempenho operacional recorde, refletindo a política de hedge.

    “A estratégia de hedge evitou um efeito negativo de R$ 437 milhões de reais sobre a dívida líquida do trimestre”, disse a jornalistas o diretor financeiro e de relações com investidores da Minerva, Edison Ticle, em videoconferência nesta terça-feira.

    No trimestre, a moeda norte-americana atingiu um pico, perto de R$ 6 reais, e chegou a acumular valorização superior a 30% no ano, diante da turbulência na esteira da pandemia da Covid-19.

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    O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) atingiu R$ 590,2 milhões de reais, recorde para um segundo trimestre, alta de 62% no comparativo anual e margem Ebitda recorde de 13,4%, alta de 4,4 pontos percentuais ano a ano.

    Com isso, a alavancagem líquida do trimestre, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda dos últimos 12 meses foi de 2,6 vezes, menor patamar dos últimos 12 anos. Em dólar, a alavancagem líquida encerrou o trimestre em 2,2 vezes.

    “(Com o hedge) a dívida da companhia ficou praticamente estável na passagem de trimestre e a alavancagem caiu porque o Ebitda subiu mais de 60%”, afirmou Ticle. “O grande brilho do trimestre é sem dúvida nenhuma o resultado operacional”.

    Efeito Covid-19

    Também na videoconferência, o presidente da Minerva, Fernando Galletti de Queiroz, destacou que a pandemia veio em “ondas” entre países fornecedores e consumidores de proteína animal, com mercados muito mais voláteis, o que exigiu que a companhia se adequasse de forma mais rápida.

    No trimestre, a Divisão Brasil da Minerva abateu cerca de 344,1 mil cabeças de gado, queda de 16,2% no comparativo anual, com uso da capacidade de 63,2%, ante 76,7% um ano antes.

    “A redução na utilização de capacidade explica-se pela implementação das medidas de segurança no interior das fábricas, para atender as normas de combate à Covid-19”, disse a empresa.

    Desta forma, o volume consolidado de abate da Minerva – incluindo as operações da subsidária Athena Foods na América do Sul – atingiu 752,2 mil cabeças no período, redução de 12,2% com taxa de uso da capacidade caindo de 76% para 69,7% em um ano.

    “Ainda assim, tivemos o melhor segundo trimestre da história”, disse Queiroz.

    A receita líquida da Minerva atingiu R$ 4,4 bilhões no período, crescimento de 9,3% na variação anual. A receita bruta de 4,625 bilhões, representou alta de 8,3%, puxada pelo mercado externo, que avançou 16%, para R$ 3,34 bilhões.

    Segundo Queiroz, a demanda da China segue firme e o trabalho do Ministério da Agricultura brasileiro tem contribuído para minimizar riscos de exportação relativos à crise do coronavírus.

    “Não tivemos nenhum contrato renegociado pela China…a febre suína continua contaminando o rebanho suínos deles e soma-se a isso a redução nas exportações australianas”, pontuou.

    No mercado interno, Queiroz disse que o food service está em retomada gradual, “mas ainda não chega perto do que era antes da pandemia”.

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