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    Mineradoras faturaram de janeiro a agosto mais do que em todo o ano de 2020

    Faturamento total do setor, o minério de ferro é responsável por R$ 162 bilhões

    Bruno Villas Bôas, do Estadão Conteúdo

    As mineradoras faturaram R$ 219,9 bilhões de janeiro a agosto deste ano no Brasil, 112% a mais do que no mesmo período do ano passado, mostram dados divulgados nesta quarta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), durante a feira Exposibram, realizada em formato virtual.

    Em oito meses, a receita do setor já supera, desta forma, todo o faturamento de 2020 (103,7 bilhões).

    Segundo o Ibram, o resultado reflete a valorização dos principais minerais ao longo do ano. O minério de ferro chegou a ser negociado acima de US$ 220 em julho de 2021 e, mesmo com a forte queda dos últimos meses, é negociado em outubro em nível próximo ao do mesmo período do ano passado, na faixa de US$ 120 a tonelada. Além da cotação, o faturamento também é ajudado pela alta do dólar.

    Do faturamento total do setor, o minério de ferro é responsável por R$ 162 bilhões. O segundo principal produto é o ouro, com receita bruta de R$ 18 bilhões, seguido pelo cobre, com mais R$ 11 bilhões em faturamento.

    Já a produção do setor cresceu 9% em toneladas de janeiro a agosto deste ano, na comparação ao mesmo período do ano passado, para 833 milhões de toneladas, segundo estimativa do Ibram.

    As exportações registraram aumento de 94% no período, elevando a participação do setor mineral no saldo comercial do país de 49% para 69%.

    O Ibram avalia que a redução no preço do minério de ferro não abalou os resultados do setor nos últimos meses.”A demanda global por commodities minerais deve continuar em expansão, ou pelo menos estável”, avalia o instituto, em comunicado.

    Desta forma, a produção deverá se manter em crescimento, contribuindo para a recuperação da economia brasileira, acredita a entidade.

    Projeções

    As mineradoras que operam no país vão investir US$ 41 bilhões no período de 2021 a 2025, dos quais 47% já estão em fase de execução (US$ 19,4 bilhões), informou o Ibram. Em julho, o Ibram havia divulgado uma previsão menor de investimentos, de US$ 38 bilhões.

    De acordo com o Ibram, os investimentos previstos dividem-se entre minério de ferro (US$ 13 bilhões); bauxita e fertilizantes (US$ 6,4 3 bilhões cada); cobre (US$ 1,7 bilhão); ouro (US$ 1,4 bilhão). Do montante total previsto, Minas Gerais ficará com a maior fatia: US$ 10,2 bilhões (25%).

    Na sequência aparecem os estados da Bahia e do Pará, que receberão, cada um, cerca de US$ 7,3 bilhões em investimentos.

    A agenda ESG (sigla em inglês para os aspectos ambiental, social e de governança) foi um fator de estímulo para os investimentos.

    “Agora, mais de US$ 6 bilhões são investimentos em execução para implantar projetos socioambientais, principalmente para reduzir emissões”, informou o instituto. “São investimentos em grandes projetos de ESG, complementares aos que as mineradoras já realizam em termos socioambientais”.

    O aumento dos investimentos das mineradoras ocorre a despeito da queda do preço do minério de ferro no mercado internacional.

    A commodity terminou setembro cotada a US$ 119,23 a tonelada em Qingdao, na China, acumulando baixa de 34,33% no mês, o terceiro consecutivo de queda.

    Em julho, o minério era negociado acima de US$ 220 a toneladas, nas máximas históricas registradas.

    Na avaliação do Ibram, a redução no preço do minério de ferro, principal item da produção e da exportação mineral, não abalou os resultados do setor.

    A demanda global por commodities minerais deve continuar em expansão, ou pelo menos estável, de acordo com a entidade.

    Desta forma, a produção deverá “se manter crescente, contribuindo para a recuperação da economia”, informa o instituto, em comunicado.

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