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    Metade dos exames de sangue poderá ser feito de casa, diz CEO da Dasa

    Telemedicina e testes em casa são caminha sem volta para a Dasa, que viu a demanda cair com a Covid-19, mesmo com mais de 1,3 milhão de exames realizados

    André Jankavski, , do CNN Brasil Business, em São Paulo

    A pandemia mudou diversos mercados, mas poucos foram tão acionados ultimamente como o de laboratórios. A Dasa (DASA3) que o diga. Até agora, a empresa já fez 1,3 milhão de exames da Covid-19, uma doença que sequer era noticiada há dez meses. Mas ao contrário do que muitos podem imaginar, mesmo com a alta demanda de exames do novo coronavírus, a empresa não passou incólume à crise.

    Ao contrário: houve uma queda entre 70% e 80% no faturamento no período mais duro da quarentena. Obviamente, a Covid-19 ajudou a diminuir o impacto, mas não tanto. A Dasa, que possui 900 unidades laboratoriais no Brasil, chegou a ter o fechamento de boa parte desses laboratórios.

    Diante do isolamento social e dos laboratórios fechados, começou a colocar em prática um plano para diminuir o tombo: passou a atender parte de seus clientes em casa.“Criamos um mote dentro da empresa que é o do ‘home first’”, diz Carlos de Barros, CEO da DASA. “Queremos levar tudo o que for possível para que a pessoa faça em casa.”

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    Como possui laboratórios em diversas localidades, a Dasa também começou a utilizá-los como uma espécie de centro de distribuição. Se uma pessoa solicita um exame de sangue, um dos enfermeiros daquela unidade vai até a residência do paciente fazer a coleta. De lá, leva de volta ao laboratório para iniciar os testes. O cliente, como já é corriqueiro, tem acesso ao resultado pela internet.

    E a empresa percebeu que não há caminho de volta. Mesmo no pós-pandemia, atender em casa se tornará uma questão cada vez mais comum, obviamente retiradas as limitações. Os testes de imagem, por exemplo, ainda são impossíveis de serem realizados longe dos laboratórios. Mas Barros enxerga um bom espaço para crescer nos exames de sangue ‘delivery’.

    Não por acaso, o executivo acredita que, em um futuro próximo, metade de todos os exames de sangue poderá ter coletas diretamente da casa dos clientes. Trata-se de um percentual considerável, já que metade da receita da companhia vem exatamente dos testes de sangue.

    Oportunidades de aquisição?

    Para isso, a empresa precisará aumentar ainda mais a sua capilaridade. Os planos de expansão continuam. Em junho, a empresa comprou 100% do Grupo São Marcos, de Minas Gerais, e estreou no estado mineiro. Trata-se do segundo maior laboratório mineiro, atrás apenas da Hermes Pardini, com 18 milhões de exames por ano. O valor da negociação não foi divulgado.

    Como diversas empresas estão passando por problemas, existem mais oportunidades de compras com a crise? Não é assim que o executivo encara – mas admite que está observando outros ativos.

    “Não encaramos essa crise como oportunidade de fusões e aquisições, mas estamos conversando com várias empresas e algumas coisas já vinham acontecendo antes da pandemia”, diz Barros. “A ideia é sempre se juntar com outras empresas para oferecer soluções melhores para os pacientes.”

    Como a Dasa uniu as suas operações ao grupo Ímpar, algumas sinergias começarão a ser buscadas, segundo Barros. A liberação da telemedicina, por exemplo, é vista como uma oportunidade.

    Por isso, uma das saídas da Dasa é criar uma plataforma de soluções para as pessoas, mas também para as empresas. Um dos produtos criados foi chamado der “Solução Covid Empresas”. A ideia foi criar um sistema com pilares de comunicação e definição de protocolos para dar mais segurança às companhias.

    Entre as medidas, estão uma série de programas de testagem para a Covid-19 e também a utilização de telemedicina com os médicos contratados pelo grupo. Dessa maneira, a empresa quer ajudar a mudar um pouco uma triste realidade da saúde brasileira.

    Mas não só isso. Segundo Barros, o setor é muito fragmentado e precisa de mais integração e isso causa algumas distorções e até falhas de comunicação com o paciente. Ele define o sistema como “confuso” e que causa perdas para o paciente e para a empresa, com problemas como as idas desnecessárias aos prontos-socorros (que oneram, e muito, os planos de saúde).

    “Cuidamos mais da doença do que promovendo a saúde das pessoas”, diz ele.

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