Mesmo sem ganho real, reajuste do salário mínimo é importante, diz economista
À CNN, Joelson Sampaio afirma que o repasse feito com base no INPC faz diferença, pois as famílias de renda mais baixa são as mais afetadas pela alta da inflação
O governo federal propôs um salário mínimo de R$ 1.294 para 2023, segundo o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) do ano que vem. Se o valor for confirmado, será o quarto ano seguido sem aumento real.
Em entrevista à CNN neste domingo (17), o economista e professor da Fundação Getulio Vargas Joelson Sampaio afirmou que mesmo que o novo salário mínimo não tenha ganho real, o reajuste ainda faz diferença para as famílias de baixa renda.
“Quando olhamos a regra, temos uma cobertura para a inflação e também tínhamos um repasse de ganho real para as famílias olhando o crescimento do PIB“, disse.
“Mas o cenário de pandemia afetou muito a economia do Brasil e do mundo, e tivemos só o repasse com o INPC, índice oficial do governo para reajuste do salário mínimo. Ele ainda faz diferença porque as famílias de renda baixa são as que mais sofrem com a inflação”, acrescentou.
O economista analisou que as famílias com rendimento de um salário mínimo tem um orçamento basicamente voltado para questões de necessidade básica. Portanto, elas acabam sendo fortemente impactas com a alta dos preços destes itens, como no caso dos alimentos.
“Temos uma economia bastante fragilizada, que tem se recuperado, mas encontra novos desafios para esse ano. O grande desafio para o governo é acomodar essas demandas mais sociais no orçamento público”, concluiu.
Texto publicado por Fabricio Julião, do CNN Brasil Business