Ibovespa termina no azul com inflação no radar; dólar fecha a R$ 5,50
Inflação oficial acumulada em 12 meses entrou no quarto trimestre no maior nível do ano


O Ibovespa registrou alta de 0,41%, aos 105.967,51 pontos, no pregão desta quarta-feira (10). Enquanto, o dólar fechou com valorização de 0,21%, cotado a R$ 5,502. O dólar futuro, cujas negociações vão além das 17h, tinha alta de 0,34%, a R$ 5,517.
Ao longo do dia, o mercado brasileiro digeria a inflação mais alta que a esperada em outubro e a aprovação da PEC dos Precatórios na Câmara dos Deputados.
No radar do mercado brasileiro estava também os dados inflacionários da China, que atingiu uma máxima de 26 anos em outubro, a 13,5%, muito por conta dos preços do carvão em meio à crise energética. Com o país asiático sinalizando uma inflação ao produtor maior que do consumidor, “a dificuldade no repasse de custos atrapalha a margem de lucratividade das empresa [como a Vale, já que a China é seu principal cliente]”, afirma Filipe Villegas, estrategista da Genial Investimentos.
Inflação
A inflação oficial do Brasil acumulada em 12 meses entrou no quarto trimestre no maior nível do ano, após os preços terem registrado máxima para um mês de outubro em 19 anos, pressionados pelos combustíveis.
Em outubro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 1,25%, após ter subido 1,16% no mês anterior, alcançando a maior variação para o mês desde 2002 (1,31%).
A taxa acumulada em 12 meses passou com isso a 10,67%, de 10,25% em setembro, resultado mais forte desde janeiro de 2016 (+10,71%).
Os resultados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ficaram acima das expectativas em pesquisa da Reuters e um avanço de 1,05% na base mensal e de 10,45% em 12 meses.
O Citi aumentou sua estimativa para a alta do IPCA neste ano a 10,4%, ante 9,5% anteriormente, e disse enxergar riscos altistas para sua projeção de 2022, de avanço de 4,3%.
PEC dos Precatórios
Na terça-feira, a Bolsa de Valores subiu com a expectativa de aprovação da matéria que abre espaço no orçamento para o Auxílio Brasil, e o dólar fechou na menor cotação em três semanas, aos R$ 5,49.
Foram 323 votos contra 172, margem maior do que o primeiro turno. Agora, o projeto segue para apreciação do Senado Federal, onde deve ter mais resistência. O apoio grande nas votações dos destaques da PEC dos Precatórios e a decisão de não paralisar o andamento da PEC, por Rosa Weber, ajudaram a impulsionar as ações.
O mercado vê o avanço da PEC com bons olhos por dois motivos centrais: o primeiro é que o prejuízo causado pelo furo do teto com a PEC já “estava no preço”, então a aprovação só confirma um cenário já negativo para as contas publicas.
Em segundo lugar, a PEC é o caminho conhecido, então traz certo alivio porque reduz incertezas e afasta o risco de soluções para bancar o Auxílio Brasil que piorassem ainda mais as contas. Como resume um analista, o avanço da PEC, de certa forma, vira essa pagina.
Maiores altas e baixas
Destaques positivos
- Bradesco (BBDC4) +5,65%
- Petz (PETZ4) +5,09%
- Bradesco (BBDC3) +4,72%
- MRV (MRVE3) +4,69%
- Banco do Brasil (BBAS3) +4,59%
Destaques negativos
- Braskem (BRKM5) -11,88%
- Via Varejo (VIIA3) -6,50%
- Azul (AZUL4) -4,82%
- Raia Drogasil (RADL3) -3,81%
- Carrefour (CRFB3) -3,71%
*Com Reuters