Mercado piora projeção de déficit primário em 2023, mostra relatório
Boletim Prisma de setembro, publicado pelo Ministério da Fazenda, mostrou expectativa mediana de que o Brasil registre em 2023 resultado primário negativo em R$ 106,5 bilhões, ante R$ 104,6 bilhões estimados no relatório anterior


Participantes do mercado financeiro passaram a esperar um resultado primário pior para este ano, em meio à perspectiva de uma arrecadação mais baixa, mas melhoraram o prognóstico para o rombo de 2024, mostrou um relatório do governo nesta quinta-feira (14).
O boletim Prisma de setembro, publicado pelo Ministério da Fazenda, mostrou expectativa mediana de que o Brasil registre em 2023 resultado primário negativo em R$ 106,507 bilhões, ante R$ 104,603 bilhões estimados no relatório anterior.
Para o ano que vem, no entanto, houve uma revisão na estimativa de déficit a R$ 83,016 bilhões, contra R$ 84,826 bilhões esperados anteriormente.
No que diz respeito à arrecadação das receitas federais — considerada crucial pelos mercados para que o governo consiga atingir as metas previstas no novo arcabouço fiscal — a visão mediana no Prisma passou a embutir uma projeção de R$ 2,349 trilhões neste ano, abaixo dos R$ 2,351 trilhões previstos no boletim anterior.
Por outro lado, para 2024, a expectativa de arrecadação subiu marginalmente a R$ 2,533 trilhões, de R$ 2,505 trilhões antes, melhora que vem em meio a esforços da equipe econômica do governo para ampliar as receitas e tentar cumprir o objetivo de déficit zero no ano que vem, ainda que sob o ceticismo de muitos participantes do mercado.
O mercado reduziu suas projeções para a dívida bruta do governo geral a 76,12% do PIB neste ano e a 79,11% do PIB no próximo, mostrou o Prisma. Em agosto, a expectativa era de endividamentos de 76,19% e de 79,15%.
O movimento veio após a divulgação de dados mostrando que a economia cresceu mais do que o esperado no segundo trimestre, o que levou a revisões para cima das estimativas para o PIB.
Houve ligeiro recuo na expectativa mediana de despesa do governo federal deste ano, a R$ 2,021 trilhões, contra R$ 2,022 trilhões anteriormente. Para o período seguinte, no entanto, a projeção aumentou a R$ 2,172 trilhões, frente a R$ 2,163 trilhões na leitura de agosto.
Para 2023, foi prevista receita líquida (descontados os repasses a Estados e municípios) de R$ 1,920 trilhão, ante R$ 1,921 trilhão no último Prisma. Já para 2024, a expectativa melhorou a R$ 2,083 trilhões, de R$ 2,076 trilhões antes.