Mercado opera com aumento da Selic no centro das atenções

Os mercados abriram nesta quinta-feira (28) com decisão sobre a Selic no centro das atenções.

Na véspera, a elevação da taxa básica de juros foi em 1,5 ponto percentual, para 7,75% ao ano, como já era esperado pelo mercado. No comunicado, o Banco Central (BC) sinalizou que deve fazer uma nova elevação da taxa, da mesma magnitude, na reunião de dezembro, citando deterioração fiscal e aceleração da inflação.

Apesar de juros maiores esfriarem atividade, o mercado queria uma postura mais dura do BC depois do furo do teto de gastos. A visão geral é que a elevação maior que um ponto percentual indica que o BC deve fazer sua parte para controlar inflação e manter a economia estável.

Ainda assim, alguns analistas esperavam um aumento maior da taxa, por isso o mercado de juros e câmbio está abrindo “estressado”. Economistas também destacam que o Banco Central usou um tom mais ameno que na última decisão para falar sobre risco de inflação no cenário externo.

Também deixou a porta aberta para melhora ou piora do cenário, sem detalhar muito seus próximos passos para não se comprometer diante do cenário incerto.

Outro destaque no cenário domestico é o novo adiamento da votação da PEC dos Precatórios.

Deputados da oposição e de partidos como MDB e PSDB estão se opondo ao texto, já que a PEC abre um espaço de R$ 90 bilhões no orçamento, quase um cheque em branco para o governo gastar com benefícios sociais e emendas no ano da eleição.

O próprio presidente da Câmara tenta costurar acordos para a votação e cogita que ela deva ficar apenas para a próxima quarta.

Mundo

No exterior, futuros americanos abrem em alta, ainda puxados pelos balanços positivos de empresas.

Também nos Estados Unidos, o partido Democrata estuda uma sobretaxa de 3% sobre americanos que ganham mais de US$ 10 milhões para bancar a agenda social e verde de Joe Biden. Mas o próprio líder democrata Richard Neal rejeitou a proposta, dizendo ela tem poucas chances de avançar no Congresso.

Chamou atenção a fala de Elon Musk, o homem mais rico do mundo e fundador da Tesla. Ele diz que aumentar imposto para os mais ricos faria “pequena diferença na dívida americana.”

Índices europeus operam entre perdas e ganhos, de olho na reunião do Banco Central Europeu agora de manhã.

Na Ásia, bolsas fecharam em queda, depois que Joe Biden voltou a criticar a postura chinesa com relação a Taiwan. O embate aumenta o risco de guerra comercial entre as duas maiores potências do mundo, afetando os ativos.

Agenda do dia

Saiu nesta manhã o IGP-M, índice que corrige o aluguel. O índice subiu 0,64% em outubro — bem acima da expectativa do mercado, que esperava alta de 0,17%. A alta veio depois da queda de 0,64% também em setembro.

No mês anterior, a queda do minério de ferro, com restrições da China, segurou o avanço. Já neste mês a alta foi menor e o diesel contribui para a alta. O IGP-M acumula alta de 21,73% em 12 meses.