Mercado melhora estimativa mas ainda vê queda de 5,66% para PIB de 2020
Essa é a quinta semana consecutiva de melhora da previsão do Boletim Focus. Há um mês, a estimativa era de contração de 6,5%
Os economistas do mercado financeiro melhoraram mais uma vez suas estimativas para o desempenho Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. A mediana das projeções passou de uma queda de 5,77% para 5,66%. Essa é a quinta semana consecutiva de melhora da previsão. Há um mês, a estimativa era de contração de 6,5%.
Os números são do relatório semanal Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (3). O documento reúne a estimativa de mais de 100 instituições do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos.
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A previsão de recessão reflete as incertezas do mercado financeiro em meio ao avanço dos impactos da pandemia da Covid-19 na economia brasileira e mundial. A melhora na projeção, no entanto, vem sendo feita após alguns indicadores macroeconômicos sinalizarem o início da retomada econômica no Brasil.
No mês passado, o Ministério da Economia decidiu manter sua projeção oficial em queda de 4,7% no PIB deste ano. Já o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) esperam respectivamente, tombo de 8% e 9,1%.
As projeções indicam que a atividade econômica deve registrar seu pior desempenho história. A maior queda já registrada no PIB foi de 4,35%, em 1990, no governo do ex-presidente Fernando Collor.
Inflação segue abaixo da meta
Os analistas também alteraram a previsão para o índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Assim, a estimativa para a inflação oficial passou de 1,67% para 1,63%, mesmo valor que um mês atrás.
O número para este ano segue abaixo do centro da meta de 2020, de 4,00%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual, ou seja, podendo variar de 2,50% a 5,50%.
A meta é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e, para persegui-la, o BC eleva ou reduz a taxa de juros básica, a Selic. Atualmente, a Selic está na mínima histórica, a 2,25% ao ano. No entanto, o mercado aposta em mais um corte que levaria a taxa a 2% ao ano na próxima reunião, que acontece nestas terça (4) e quarta-feira (5).
Quando não cumprida a meta, o presidente do Banco Central precisa escrever uma carta pública com a justificativa.