Mercado faz nova revisão e reduz para 5,71% estimativa de inflação para 2023, diz Focus
Boletim do Banco Central trouxe, pela segunda semana seguida, novas projeções para o IPCA do ano; para 2024 e 2025, porém, expectativas foram mantidas
Os economistas do mercado financeiro ouvidos pelo Banco Central para o Boletim Focus desta semana reduziram novamente suas estimativas para a inflação deste ano, de 5,80% para 5,71%.
Foi a segunda revisão seguida para baixo, de acordo com o relatório divulgado na manhã desta segunda-feira (29).
O resultado vem depois da aprovação do novo marco fiscal, perspectiva de divulgação do relatório da reforma tributária na próxima semana e estimativas de melhora para o crescimento da economia, a exemplo do IBC-Br, apontando que a economia brasileira cresceu 2,41% no primeiro trimestre do ano.
Na semana passada, a mediana dos cálculos dos economistas consultados era de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 5,8% em 2023, primeira redução desde o fim de março. Nas semanas anteriores, as instituições financeiras consultadas pelo Banco Central projetavam inflação acima dos 6%.
Para 2024, 2025 e 2026, foram mantidas as estimativas da semana anterior; com inflação de 4,13% no ano que vem e 4% para os dois anos subsequentes.
Os economistas de mercado ainda projetaram mais uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB), passando de 1,2% para 1,26% neste ano. Na semana passada, a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda divulgou projeção de PIB crescendo em 1,9% ao fim de 2023.
Para os anos seguintes, as expectativas se mantiveram estáveis, com expansão do PIB em 1,3% em 2024, 1,7% em 2025 e 1,8% em 2026.
O dólar também deve fechar o ano cotado na casa dos R$ 5. Os especialistas ouvidos estimaram o câmbio cotado em R$ 5,11 ao fim de 2023, redução de R$ 0,04 em relação à semana anterior. No ano que vem, estimativa é de moeda norte-americana fechando em R$ 5,17, diminuição de R$ 0,03 ante uma semana atrás. Para 2025, R$ 5,20 e R$ 5,25 em 2026.
A projeção para a taxa básica de juros se mantém estável, com perspectiva de Selic em 12,5% ao fim de 2023; 10% em 2024 e 9% em 2025. Para 2026, a projeção aumentou de 8,75% para 9%.
O Índice Geral de Preços (IGP-M), conhecido como a “inflação do aluguel”, registra nova projeção de redução. Para 2023, a estimativa do mercado caiu de 1% para R$ 0,67%. No ano que vem, a projeção caiu de 4,12% para 4,05% e mantém patamar de 4% para os dois anos subsequentes.
Com relação às projeções para a relação entre a dívida e o PIB, os economistas ouvidos pelo Banco Central mantiveram estável a estimativa do comprometimento do orçamento com a dívida líquida do setor público em 61% ao final de 2023. Para o ano que vem, mediana das expectativas passou de 64,7% para 64,5%. Em 2025, redução de 67% para 66,75%.