Medidas não baixam preço de algo que segue cotação internacional, diz ex-diretor da ANP
No Brasil, para tentar conter valorização do combustível, uma série de medidas vêm sendo pensadas pelo Executivo e Legislativo
O preço médio do litro da gasolina no Brasil chegou a R$ 7,21 nesta semana, mas a ANP (Agência Nacional do Petróleo) chegou a registrar valores próximos a R$ 9 no país. Apesar das negociações para tentar baixar o valor dos combustíveis, a população brasileira ainda sente no bolso as altas recentes — e a tendência é que a pressão continue.
“Não tem nenhuma medida que possa baixar o valor de algo que segue o preço internacional”, disse David Zylbersztajn, ex-diretor-geral da ANP, e entrevista à CNN neste sábado (26).
Os preços dos combustíveis vêm gerando preocupações em todo o mundo, devido à escalada nos preços do petróleo, que reagem ao conflito no Leste Europeu. No Brasil, para tentar conter essa valorização, uma série de medidas vêm sendo pensadas.
Uma delas foi aprovada nesta quinta-feira (24) pelos secretários de Fazenda: o congelamento do valor do ICMS que incide sobre os combustíveis e a criação de uma alíquota fixa. Até então, o imposto — principal fonte de receita dos entes — tinha o valor de sua alíquota atualizado a cada 15 dias, de acordo com a mudança nos valores do combustível vendo aos consumidores nos postos.
Segundo Zylbersztajn, ainda que a medida possa frear pontualmente os valores, pode também prejudicar o consumidor num momento em que os preços caem.
“Em 2020, por exemplo, a maior parte do tempo o valor da gasolina foi caindo, o que também foi visto em 2021. Agora, subiu por diversos motivos – retomada da pandemia, tensão na Ucrânia, mas podemos ter aí uma estabilização. Se o ICMS fica fixo, o consumidor pode pagar mais alto do que seria necessário”, diz.
Veja entrevista completa no vídeo.
*Publicado por Ligia Tuon