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    Mais de 230 economistas se unem para pedir à ONU combate efetivo da desigualdade

    Grupo produziu carta aberta direcionada ao secretário-geral da ONU, António Guterres, e ao presidente do Banco Mundial, Ajay Banga

    Hanna Ziadyda CNN , em Londres

    Mais de 230 economistas e líderes políticos pediram às Nações Unidas e ao Banco Mundial que façam mais para combater a crescente desigualdade entre ricos e pobres em todo o mundo. Segundo o grupo, muitos governos estão ignorando a problemática.

    Em carta aberta publicada na segunda-feira (17) e dirigida ao secretário-geral da ONU, António Guterres, e ao presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, o grupo pediu metas “mais ambiciosas” para reduzir a desigualdade e medir melhor as disparidades de renda e riqueza.

    Na carta, é destacado que “a pobreza extrema e a riqueza extrema aumentaram acentuada e simultaneamente pela primeira vez em 25 anos”.

    “Neste verão, temos uma oportunidade crítica de fortalecer nossa determinação de reduzir essa divisão profunda e enviar um sinal claro às pessoas em todo o mundo de que as instituições projetadas para atendê-las levam a sério o fim dessa crise de extrema desigualdade.”

    Os signatários incluem o ex-secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, a ex-primeira-ministra da Nova Zelândia, Helen Clark, e os economistas Joseph Stiglitz, Jayati Ghosh e Thomas Piketty.

    Situação crítica

    O apelo à ação veio no dia em que a Rússia anunciou a suspensão de acordo com a Ucrânia, para exportação de grãos pelo Mar Negro. O colapso do pacto ameaça elevar os preços dos alimentos globalmente e levar milhões à fome.

    “Centenas de milhões de pessoas enfrentam a fome e os consumidores estão enfrentando uma crise global do custo de vida e pagarão o preço”, disse Guterres em comunicado televisionado na segunda-feira.

    O secretário-geral das Nações Unidas observou que o acordo, fechado em julho do ano passado, ajudou a reduzir os preços dos alimentos em mais de 23% desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022, que elevou os preços da energia e dos alimentos.

    “Reduzir a desigualdade até 2030” foi um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU adotados pela maioria dos governos em 2015. Mas cinco anos depois, a desigualdade global — medida como a diferença na renda média entre os países — registrou o maior aumento anual em três décadas, impulsionada pela Pandemia de Covid-19, segundo o Banco Mundial.

    Longo caminho pela frente

    Em outubro passado, o credor global também descobriu que o progresso na redução da pobreza extrema havia parado.

    Em abril, a ONU afirmou que o mundo estava muito longe de cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que também incluem metas relacionadas à fome, pobreza, saúde, educação e clima.

    A meta de reduzir a desigualdade “permanece amplamente ignorada”, reforçam as 230 autoridades na carta.

    “Sabemos que a alta desigualdade prejudica todos os nossos objetivos sociais e ambientais. Sem uma redução acentuada da desigualdade, os objetivos gêmeos de acabar com a pobreza e prevenir o colapso climático estarão em claro conflito”, acrescentou o grupo.

    Na carta, afirma-se que o Banco Mundial e a ONU estavam “em uma posição única para oferecer a convocação para a redução da desigualdade que nosso mundo dividido precisa com tanta urgência hoje. Pedimos que aproveitem esta oportunidade para apoiar objetivos mais fortes.”

    Um porta-voz do Banco Mundial acolheu as ideias propostas na carta. “Concordamos que precisamos fazer mais para enfrentar a desigualdade e melhorar a medição do progresso”, acrescentou o porta-voz em comunicado compartilhado com a CNN.

    Em reunião na sede da ONU em Nova York na terça-feira (18), um grupo que inclui a Oxfam e o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) lançará um “chamado à ação” sobre a desigualdade global.

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