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    Lula precisa mostrar “senso de urgência” sobre corte de gastos, diz Caio Megale à CNN

    Economista-chefe da XP Inc. aponta que transição no BC também é ponto de atenção

    Da CNN

    Questionado no WW desta terça-feira (2) sobre quais sinais o mercado espera do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para amenizar o atual cenário, o economista-chefe da XP Inc., Caio Megale, aponta para dois caminhos: um pela política fiscal e o outro da monetária.

    “As despesas estão crescendo muito acima do que é o limite, e algumas medidas precisam ser tomadas. O ministro [da Fazenda], Fernando Haddad, e a ministra [do Orçamento e Planejamento], Simone Tebet, têm mencionado que estão estudando medidas e o presidente não fala diretamente sobre isso”, avalia Megale à CNN.

    “Seria bom incorporar no discurso do presidente esse senso de urgência, afinal de contas o arcabouço fiscal foi proposto pelo governo, então trata-se de manter as regras que foram estabelecidas pelo próprio governo e tomar medidas efetivas [para controlar os gastos]”, conclui.

    A arrecadação federal atingiu recorde de R$ 202,9 bilhões em maio. Ainda sim, o Banco Central informa que o setor público registrou déficit primário de R$ 63,9 bilhões no período, marcando o pior desempenho das contas públicas para o mês desde 2020, quando o resultado havia sido de rombo de R$ 131,4 bilhões.

    Megale endossa que é urgente que se tome medidas para mudar a rota das contas públicas, e que “o governo está demorando em fazer essas contas e mencionar medidas nessa direção”.

    “[É necessário] um bloqueio das despesas discricionárias, as não obrigatórias, que têm crescido demais. A conta do mercado é que esse bloqueio fica na ordem de R$ 15 bilhões a R$ 20 bilhões, e tem que ser anunciado para o segundo semestre”, afirma o economista-chefe da XP.

    Sucessão no BC

    Já do lado da política monetária, Megale chama atenção para a transição da presidência do Banco Central (BC).

    O economista-chefe da XP relembra que muito se fala na possibilidade do diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, ser o sucessor do atual presidente da autarquia, Roberto Campos Neto.

    Megale endossa que Galípolo é “um economista técnico, que tem feito boas intervenções públicas, fez boa gestão na Fazenda e tem feito uma boa gestão no Banco Central”, e que quando Lula aponta para o diretor como escolhido, o mercado consegue ter uma noção de como deve ser o futuro do BC.

    Mas ele acredita que mesmo as sinalizações nesse sentido são contraditórias.

    “Essa transição para o próximo presidente [do BC] é uma espada, de fato, na cabeça. A gente não sabe exatamente quem vai ser a próxima ou o próximo presidente, qual vai ser a visão de política monetária que essa pessoa vai ter na hora de conduzir a taxa de juros, de tomar as decisões”, afirma Megale.

    “Acho que dar uma clareza e maior transparência de como vai ser a gestão da política monetária depois da transição do Roberto Campos e medidas efetivas no sentido de controlar as despesas do lado fiscal, eu acho que é o que vai trazer uma tranquilidade [para o mercado].”

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