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    Lula e Haddad se reúnem fora da agenda no Palácio do Planalto

    Ministro depende de Lula para anunciar Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e projeto de lei complementar que prometem rearranjar as contas públicas

    Cristiane Nobertoda CNN , Brasília

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reúnem na tarde desta segunda-feira (11) no Palácio do Planalto. O encontro ocorre em meio às definições do anúncio do pacote de cortes de gastos que vem sendo preparado pela equipe econômica do governo.

    A reunião não consta na agenda de nenhum dos dois.

    Haddad depende da decisão de Lula para saber quando vai apresentar aos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e o projeto de lei complementar que prometem rearranjar as contas públicas e dar “vida longa” ao arcabouço fiscal.

    Na semana passada, a expectativa de Haddad era de que o anúncio fosse feito até a última sexta-feira (8), mas após longas reuniões com ministros atingidos pelos cortes, e tentativas de convencimento sobre a necessidade de ajuste nas contas, o comunicado ficou incerto.

    Isso porque, a maioria dos ministros consultados discordam da revisão que vai atingir principalmente as áreas sociais.

    Os últimos dias foram marcados por reuniões entre o presidente Lula, equipe econômica — que além de Haddad, é composta pelas ministras Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) e Esther Dweck (Gestão e da Inovação em Serviços Públicos) — e ministros de pastas que podem ser afetadas pelas medidas.

    Apesar do corte atingir todos os ministérios, as maiores alterações vão ser maiores nas pastas da Saúde, Educação, Previdência, Trabalho e Desenvolvimento Social, que detém a maior fatia do orçamento federal.

    A tesourada também divide o Partido dos Trabalhadores. A presidente da legenda, deputada Gleisi Hoffmann (PR), vem endurecendo as críticas ao pacote de gastos desde que o mercado aumentou a pressão pela revisão.

    Em uma entrevista à TV Fórum nesta segunda-feira, ela afirmou que o mercado tem insistido nesse ajuste fiscal “em cima do povo brasileiro” e que o país “não vive um descontrole fiscal”.

    Ela também voltou a culpar os juros como o grande vilão da história e cada ponto percentual gera bilhões em impactos nas contas públicas.

    Além disso, o partido também endossou um manifesto de movimentos sociais a respeito do corte de gastos, publicado no domingo (10).

    O manifesto foi assinado por diversos movimentos sociais que fazem parte da base histórica de Lula e do PT, além de legendas como PDT, Psol, PCdoB.

    O texto é guiado, em grande parte, por uma crítica ao mercado financeiro e setores da mídia, a quem é atribuída uma pressão para que os cortes avaliados pelo governo alcancem o âmbito social.

    Em resposta, o deputado estadual e amigo de longa data de Lula, Emídio de Souza criticou a postura do partido quanto ao apoio ao manifesto e que isso deveria ter sido melhor discutido internamente. Disse ainda não se recordar do tema ter sido debatido e deliberado pela direção da legenda.

    “Do PT, partido do presidente Lula e principal condutor da Frente que também assina a nota, esperava-se outra postura. Nós não estamos no governo, nós somos o próprio governo. Não somos um movimento social, somos o partido político que dirige o país”, escreveu Emidio em seu perfil no Instagram.

    Expectativa do mercado

    O mercado aguarda com ansiedade o pacote de corte de gastos, que foi sinalizado pelo governo federal para ser apresentado após o fim do segundo turno das eleições, encerrado no fim de outubro.

    A falta de informações pesou sobre os indicadores do mercado doméstico, com dólar superando máximas de quatro anos e o Ibovespa, principal índice da B3, retornando aos níveis de três meses atrás.

    Nesta segunda, o dólar voltou a ganhar força sobre o real, encerrando a sessão com alta de  0,58%, cotado a R$ 5,771

     

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