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    Lula diz que “vai continuar batendo” no BC para reduzir a taxa de juros

    Apesar das pressões externas, avaliação do mundo econômico é de que não existem indicações de que Banco Central vai cortar o juros após a reunião desta quarta-feira (22)

    Da CNN* , em São Paulo

    Às vésperas da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez, nesta terça-feira (21), em entrevista à TV 247, novas críticas a taxa de juros a 13,75% no Brasil e declarou que “vai continuar batendo” no Banco Central.

    No entanto, a relevância da pressão para um corte nos juros após a reunião ainda é incerta.

    Ao longo das últimas semanas, o esforço de Lula e sua ala politica se concentrou em expor os resultados da falência do ciclo de juros, que começaram a ficar explícitas nas paralisações de alguns setores da economia, como a indústria automotiva.

    Até o momento, não dá para ter certeza se os argumentos colocados pelo presidente serão o suficiente para impactar a decisão do Banco Central sobre o juro. Para isso, a instituição precisaria mudar a percepção sobre a economia brasileira e sobre os rumos da inflação até o anúncio desta quarta-feira (22).

    Anteriormente, existia a esperança de que o marco fiscal poderia mudar a página desta discussão, mas como o tema não será apresentado, agora resta saber se o Banco Central será sensível.

    Neste contexto, o cenário externo é o principal fator que mudou nos últimos tempos e que poderia alterar a percepção do Banco Central. Porém, no mundo da economia ninguém acredita que o Banco Central irá cortar o juro após a próxima reunião do Copom. A avaliação é de que, por enquanto, não existem indicações de que o BC irá reagir às declarações do presidente.

    Rumo da relação entre Lula e Banco Central

    Mesmo com uma não diminuição da taxa de juros, o tom da próxima ata divulgada pelo Copom será essencial para ditar o rumo da relação conturbada entre o presidente Lula e o Banco Central.

    Isso porque a ata anterior foi descrita como “malcriada” pelo Planalto e fez o presidente passar a criticar o presidente do BC, Roberto Campos Neto, abertamente. O mínimo que o governo espera é uma mudança no tom na divulgação do Copom, com uma sinalização mais otimista.

    *Com informações de Fernando Nakagawa, da CNN

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