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    Lula diz que “livros de economia estão superados” ao criticar teto de gastos

    No mesmo evento, petista afirmou que o país não deveria tratar investimentos em saúde como “gasto” e defendeu que estes aportes estejam fora da regra fiscal

    Danilo Moliternoda CNN , São Paulo

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, em evento que marcou a retomada do programa “Mais Médicos” na segunda-feira (21), que “os livros de economia estão superados” ao defender a ação do Estado para diminuir a desigualdade social.

    “Se o Estado é capaz de aceitar conviver com dívida de R$ 1,7 trilhão, que as pessoas devem à Previdência e à Receita, por que não pode conviver com um pouco de subsídio para a pessoa pobre se tornar menos pobre, virar cidadão de classe média, poder virar um cidadão de padrão médio, e este país voltar a crescer?”, questionou Lula.

    “Os livros de economia estão superados. É preciso criar uma nova mentalidade sobre a razão de a gente governar”, completou.

    No mesmo evento, o petista disse que o país não deveria tratar investimentos em saúde como “gasto” e defendeu que estes aportes estejam fora da regra fiscal.

    “Não tem investimento maior do que salvar uma vida. Como pode colocar uma coisa como a saúde dentro do teto de gastos?”, questionou.

    O presidente disse acreditar que essa “mentalidade” impediu “avanços sociais” durante a história do Brasil. “Toda vez que vamos discutir um avanço social aparece alguém da área econômica para falar que isso é um gasto, que a gente não pode gastar”, disse.

    “Quanto custou ao Brasil não fazer as coisas no tempo certo? Quanto custou ao Brasil não cuidar da saúde mais rápido, não alfabetizar o povo na década de 50, não ter feito a reforma agrária antes, não ter acabado com o preconceito racial, não tratar as mulheres com o respeito que elas merecem?”, concluiu.

    Nova regra fiscal

    O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, disse nesta segunda que o nova regra fiscal — que substituiria o teto de gastos — terá como base a curva da dívida, o superávit e o controle de gastos.

    “O governo encaminha nos próximos dias o projeto de ancoragem fiscal que vai combinar curva da dívida, de outro lado superávit e de outro lado o controle do gasto. É uma medida inteligente e bem feita”, disse Alckmin em evento na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro.

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou a nova regra fiscal ao presidente Lula na sexta-feira (17). As linhas gerais do projeto foram explicadas aos presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), na segunda.

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