Lojas Renner vê o lucro despencar 90% no primeiro trimestre
A crise também impactou a Lojas Renner, uma das empresas mais celebradas pelos investidores da bolsa brasileira. A varejista viu o seu lucro despencar quase 94% no primeiro trimestre deste ano em comparação com os números do mesmo período em 2019. O principal motivo foi, claro, os impactos da pandemia da Covid-19, especialmente sobre a sua divisão de serviços financeiros.
A companhia, que afirmou que atualmente apenas 18,3% de suas 597 lojas no Brasil, Uruguai e Argentina estão em funcionamento, teve lucro líquido de R$ 10,4 milhões de janeiro ao final de março ante lucro de R$ 162 milhões no mesmo período de 2019.
O resultado operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado despencou 65%, para R$ 110,9 milhões.
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Com os efeitos das medidas de quarentena decretas por vários Estados na expectativa de frear o avanço do novo coronavírus, a companhia afirmou que antecipou várias fases do projeto de ominichannel e de digitalização que estavam previstas para entre 2020 e 2022 e que “e foram implementadas, em sua maioria, ao longo dos meses de março, abril e maio”. Diante disso, as despesas operacionais subiram 8,7%, para R$ 662,7 milhões.
A companhia mostrou no balanço um forte impacto no resultado com produtos financeiros, que fechou o trimestre em R$ 20,7 milhões, uma queda de quase 79% na comparação anual.
Segundo o balanço, a companhia aumentou a provisão para perdas com crédito e elevou de 12,2% para 17,3% o índice de cobertura. As perdas estimadas de crédito do Cartão Renner subiram de R$ 78,7 milhões no primeiro trimestre do ano passado para R$ 197,5 milhões nos três meses encerrados em março deste ano. Na operação de cartão co-branded as perdas estimadas subiram de R$ 237 milhões para R$ 362 milhões.
A Lojas Renner registrou uma queda das vendas mesmas lojas de 10,7% no primeiro trimestre. A receita líquida de venda de mercadorias recuou 6%, para R$ 1,55 bilhão. Apesar disso, a empresa conseguiu deixar a margem bruta praticamente estável em 55,4%.
A empresa afirmou no balanço que a captação de financiamentos de cerca de R$ 2 bilhões para reforçar caixa, aliada à redução do investimento para R$ 560 milhões e ao corte no pagamento aos acionistas para 25% do lucro do ano passado, “garantiram a preservação da saúde financeira da companhia mesmo em cenários de estresse”.