Lideranças do transporte e da saúde apontam problemas setoriais da reforma do IR
Representantes da Confederação Nacional do Transporte e Confederação Nacional de Saúde falaram sobre o projeto durante painel na CNN sobre tributação
A reforma do Imposto de Renda, que tramita com dificuldades no Legislativo, tem recebido críticas de vários setores produtivos, como o transporte e a saúde.
Em entrevista à CNN, representantes desses segmentos explicitaram os desafios setoriais que o texto acarreta e disseram que a proposta pode trazer mais complexidade às empresas e aumento da carga tributária.
Vander Francisco Costa, presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT), afirma que o setor está preocupado com uma ampliação na carga tributária do segmento de cargas.
“Pelo que conversamos até agora, vai haver um aumento significativo nos tributos do setor de cargas. A justificativa do governo é que, como somos atividade meio, conseguiremos repassar estes valores. Mas isso impactará toda a cadeia produtiva”, diz.
“Mas o maior problema é a falta de transparência, de clareza do governo. Nós pedimos que a Receita Federal disponibilize a memória de cálculo que levou à sugestão dos valores propostos, mas este número fica fechado.”
Já Bruno Sobral, secretário executivo da CNSaúde (Confederação Nacional de Saúde), contemporiza que, paralelamente à reforma do IR, o trâmite da PL do Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) também tem impactos no setor de saúde.
“A CBS, que traz alíquota única de 12%, pode onerar o consumidor e estamos lutando para que isso não ocorra. No projeto de IR, houve uma melhora após a relatoria do deputado Celso Sabino (PSDB-PA)”, afirma.
“Mas há ainda um contrabando de matéria que não diz respeito ao IR, que é o aumento do PIS/Cofins dos insumos. Ou seja, medicamentos para câncer, stents cardíacos e mesmo EPIs vão ter aumento de carga na reforma.”