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    Larry Fink, CEO da BlackRock, diz que parou de usar termo ESG devido à politização

    No entanto, gestora continuará conversando com as empresas nas quais tem participação sobre descarbonização, governança corporativa e questões sociais a serem abordadas

    Por Isla Binnie, da Reuters

    O presidente-executivo da BlackRock, Larry Fink, que esteve na vanguarda da adoção de padrões ambientais, sociais e de governança corporativa (ESG) pelo mundo dos negócios, parou de usar o termo, dizendo que se tornou muito politizado.

    Mas a maior gestora de ativos do mundo não mudou sua posição sobre questões ESG, disse Fink no Aspen Ideas Festival no domingo.

    ESG, um termo abrangente que engloba uma série de práticas de negócios eticamente responsáveis, desde a redução das emissões de carbono até a repressão à discriminação no local de trabalho, tornou-se politicamente polarizador em partes do mundo ocidental, especialmente nos Estados Unidos.

    Os políticos republicanos têm atacado as metas ESG como uma forma de o mundo corporativo implementar o que eles argumentam ser uma agenda politicamente liberal, provocando uma reação dos democratas que buscam defender as práticas.

    A controvérsia levou algumas empresas de Wall Street a recuar em compromissos ESG. O abandono de uma aliança climática apoiada pelas Nações Unidas por seguradoras tornou-se o exemplo mais recente no mês passado.

    A própria BlackRock tem sido alvo de investigações por parte de alguns Estados controlados pelos republicanos e até de um boicote a investimentos no Texas.

    “Não uso mais a palavra ESG, porque ela foi totalmente armada… pela extrema esquerda e armada pela extrema direita”, disse Fink.

    Mas ele disse que abandonar as referências não muda a postura da BlackRock. A gestora continuará conversando com as empresas nas quais tem participação sobre descarbonização, governança corporativa e questões sociais a serem abordadas, acrescentou.

    Fink disse em janeiro que a BlackRock perdeu cerca de US$ 4 bilhões em ativos administrados como resultado da reação contra o ESG, uma pequena fatia de seus US$ 9 trilhões sob gestão. Ele reiterou na conferência que não houve impacto material nos negócios da BlackRock.

    “Tivemos… um dos melhores anos de todos os tempos, mas estou envergonhado de fazer parte desta conversa”, disse Fink, acrescentando que suas cartas anuais aos investidores que abordavam questões ESG nunca tiveram a intenção de ser declarações políticas.

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